escritor viciado
Queria ter mais palavras do que tenho
agora.
E as poucas que possuo,
tentam me fugir, pela janela.
Queria poder fugir com elas,
saltando para a noite e desaparecendo
na queda.
As palavras nunca vêm quando eu quero,
ou quando sinto que preciso.
Elas tem o próprio tempo
e vontade.
e o que eu acho sobre isso não importa.
Não sou eu que uso as palavras,
são elas que me usam para ganhar vida.
E ir causar sensações em outras pessoas.
contaminá-las, com um pouco de mim.
Eu queria um pouco mais delas,
quase que desesperadamente,
como se fossem um vício.
Quis até botar uma placa em minha porta.
- Procuram-se palavras. Paga-se bem. -
Mas as que eu quero, não se poderiam comprar.
Haja paciência da minha parte por esperá-las
mesmo que sem a dada dedicação
que deveria ter um escritor viciado.