escritor viciado

Queria ter mais palavras do que tenho

agora.

E as poucas que possuo,

tentam me fugir, pela janela.

Queria poder fugir com elas,

saltando para a noite e desaparecendo

na queda.

As palavras nunca vêm quando eu quero,

ou quando sinto que preciso.

Elas tem o próprio tempo

e vontade.

e o que eu acho sobre isso não importa.

Não sou eu que uso as palavras,

são elas que me usam para ganhar vida.

E ir causar sensações em outras pessoas.

contaminá-las, com um pouco de mim.

Eu queria um pouco mais delas,

quase que desesperadamente,

como se fossem um vício.

Quis até botar uma placa em minha porta.

- Procuram-se palavras. Paga-se bem. -

Mas as que eu quero, não se poderiam comprar.

Haja paciência da minha parte por esperá-las

mesmo que sem a dada dedicação

que deveria ter um escritor viciado.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 04/03/2017
Código do texto: T5930571
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