Só mais um cara antiquado
Sinceramente, eu não estou interessado, nesses amores voláteis
e paixões pós-modernas, que vão e vêm desbalanceados e caóticos, como se os envolvidos estivessem competindo para ver quem sente menos, ou quem pula fora primeiro. Eu não estou interessado em meias medidas, nem em transas sem beijos, beijos sem desejo e em romances sem arrebatamento. Essas coisas não me enchem os olhos, e não enchem páginas com minhas palavras e sentimentos. Qual é o ponto disso tudo? – Qual o ponto dessas masturbações de ego à dois, se no fim nem os genitais ficam satisfeitos...
ora porra, talvez eu já esteja antiquado. Talvez o tempo já tenha me alcançado e eu esteja me tornando uma relíquia... – aos trinta anos, quem diria -
Quanto mais eu ando pelas ruas e interajo com essa pós-modernidade que tomou conta das pessoas, mais eu me cubro de angústia e de saudosismo. Não quero, nem tenho pretensão de abraçar todos os pontos de vista que me jogam na cara somente para parecer um cara legal, nem tenho paciência para expor os meus à uma audiência pouco acostumada a se questionar.
Tanta gente, tanta juventude convicta e embriagada de certezas quanto de álcool...
e eu aqui embasbacado com a noção de que talvez, a consciência e a autocrítica tenham saído de moda.