Soneto #036: SEM VEZ, EM SENILIDADE
Esta saudade que me invade o peito
Vem-me aflorando em modo assaz. E vi
Passagens nítidas que então vivi,
Me vêm surgindo, divagando ao leito.
Levar-me deixo na viagem terna,
Vai massageando, n'alma traz lembrança
Dos idos tempos em que fui criança,
Brinco sem medo e sem censura externa.
Sem nostalgia, pulo as más memórias,
Pra novamente não sofrer as dores
Do que passei sem ter noção de nada.
Na adolescência, mocidade alada,
Rápida foi nem senti. De humores
De hoje oscilantes, já sem brilho ou glórias.
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(Acentuação tônica na 4ª, 8ª e 10ª sílabas)