Prisioneira
Ela desfila por ai
usando seu melhor,
sorriso de tragédia.
Aquele que a gente guarda quando tem que rir
pra não chorar.
Ela desfila por aí, roubando olhares
e amores, e espalhando pra todo lado
os que ela não quer,
tudo pra preencher um vazio
que ela não sabe de onde veio.
Ela segue assim, fazendo o que sempre fez,
por vida, mecanicamente,
em busca de um arrebatamento.
mas como ser arrebatada por algo novo,
Se você insiste em viver o velho?...
em amar o que te faz mal,
o que lhe causa um gosto ácido na boca
depois do beijo e do gozo.
É triste, olhar para aqueles olhos
e conseguir ver o que eles tentam esconder
desesperadamente.
É triste escalar sua pele
e perceber que cada arrepio lhe remete a algo perdido
no passado,
em outra pessoa.
É triste estar preso a ela
estando ela também
prisioneira de outro
ou de si mesma.