Recife e Eu

Recife é uma PUTA.

P-u PU, T-a TA. PUTA.

Minha cidade anda vendida, Quem tiver mais dinheiro leva.

Leva o corpo, mas não a alma.

No fundo a cidade resiste

aos paredões de concreto e ao dinheiro

dos capitalistas e das construtoras.

resiste aos prefeitos,

aos vereadores vendidos e desdenhosos,

é só você olhar para as praças e para as casas velhas,

se degradam mas não caem.

É só olhar nos olhos dos poetas, dos boêmios,

é só atravessar as pontes

até o marco zero e olhar pra a água suja do porto,

Recife é suja, mas tá viva.

Quando eu morei em São Paulo, aquela terra de corno,

me perdoem os cornos pela analogia,

meus amigos sempre me perguntavam por que eu vivia com banzo,

com saudade de casa,

e eu respondia, sem abandonar o meu sotaque,

passa um carnaval em Recife que tu vai ver,

mas eles não entendiam.

Certas coisas tem que nascer aqui, pra saber.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 21/12/2016
Código do texto: T5860036
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