Do décimo sexto andar

Não posso medir o nosso amor,

pelo tamanho do meu gozo,

ou do seu.

ela disse, andando pela beirada da varanda,

do décimo sexto andar... como se tivesse asas

e uma queda não significasse nada.

Engoli seco, mas ela sorriu, e continuou.

As vezes eu preciso de mais.

As vezes eu preciso de menos,

Não que tudo seja insuficiente... ou sufocante.

Eu simplesmente preciso de algo diferente, meu bem.

Assenti com a cabeça e falei que ia ao banheiro.

Menti. eu sei.

Juntei minhas coisas silenciosamente, fui até a cozinha e tomei uma dose da vodka que ela tinha aberto... Peguei o elevador de serviço enquanto ainda sentia a ardência da bebida queimando minha garganta e as palavras que ela disse queimando meus ouvidos.

que se foda, pensei...

depois daquilo tudo, eu também estava precisando de algo diferente.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 26/09/2016
Código do texto: T5773427
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.