O ELO E A CORRENTE (Série Filosofiando Idéias) ROBERTA LESSA/JACÓ FILHO

Contente, o elo absorvido na corrente não se percebe: emburrece.

Distante, o elo atado na corrente não se vê parte: permanece.

Teso, o elo aprisionado na corrente não se sente: entorpece.

Relapso, o elo obediente na corrente não se abarca: fenece.

Difuso, o elo ancorado na corrente não se solta: entristece.

Mudo: o elo embrutecido na corrente não se basta: emudece..

Coerente: o elo expatriado na corrente não se mira: desvanece.

Na corrente nada se torna irreverente, pois a arte é morta cordialmente.

Para corrente nada há de ser diferente, pois o sentir é tolhido permanentemente.

Em corrente nada se liberta literalmente, pois o ser é diluído diuturnamente.

Por corrente nada se desafoga acidentalmente, pois o criar é inimigo eminente.

Porque corrente nada se torna vertente, pois o mover é mutilado literalmente.

Em corrente nada se torna fluente, pois o diferente é fadado ao ausente.

Há corrente que aprisiona mais a mente que o corpo.

Há elo que aceita a corrente.

Há corrente e elo

Mas há elo corrente

fluente

emergente

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 18/09/2016
Código do texto: T5764521
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.