Bike
Pra frente, olhando de lado, acelerei.
No vermelho, que passa, pulsa, coagula
Vacilei num acaso que o descaso adula.
Caindo, pensei no tarde tão rápido, freei.
Ao chão, pasmado, levantando ligeiro reparei.
Sorriu-me o equilíbrio faceiro que por aí perambula.
Paz passageira no trem da vida pela janela pula.
Que jeito senão sorrir do bobo tombo que levei.
Arisco, arrisco, cambalhota e mão ralada.
Sujei assim meu cavanhaque árabe.
Cair de vez em quando é da vida.
Ombro bendito partiu-se na pulada.
Se sonho fosse, ah, quem sabe
Riria amarelo da bike caída.