13/07/2011
Essa é a estória de um homem que não soube amar, virou poeta e aprendeu fazer da gota um mar. Eu.
Poeirinha nos olhos, pimenta na boca, nó na garganta, é um amor que canta vitórias; engasgado passado!
Fustiga meus ouvidos com voz tão macia e indiferente.
Arranca sorrisos deste seu criado. Que calado, ouve e geme, chateado.
Não é verdade que quem cala consente, não é mentira que quem fala mente. Quando eu era escravo não tinha voz. Não raro, fingia.
Me lembro muito bem das suas palavras escritas naquele papel, com sentimento, contente. Será que você tem uma foto minha?
A neguinha cresceu e se tornou mulher, quem dera eu ter com ela me deitado. Quando juramos amor eu era um pobre coitado. Era inocente e inconsequente, sorrindo ali, ajoelhado.
Foram dias felizes, mas deixaram cicatrizes nesse coração tão jovem.
Dias, horas, minutos, eternidades, com ela ou sem ela, tudo é ela!
Quando ela foi embora, chorei, chorei um rio de amargura. E achava a vida dura, me sentindo entristecido, me dizendo arrependido, quando ela me ligava.
Bebia noite e dia, para esquecer Rosinha, dormia com as raparigas mais formosas, mas aquela Rosa, era a que eu queria.
O tempo foi passando, e aquela que eu amava com outro homem se encontrava, era uma dor inexplicável, ouvir as notícias que chegavam.
Rasga peito, uma vez mais, pelo amor que já era
em outras vidas que já vivi o meu único amor
tanto fora como dentro de minha alma, sua cor
me enfeitaria, estarei a vida inteira a sua espera.