SABOR DA PALAVRA (Série Poema no Poema) ROBERTA LESSA

SOUBE DA POESIA O POETA:

Mensurou idéias e ideais emoldurando palavras bem ditas.

Misturou cores e caras reinventando palavras bem cultas.

Mastigou fomes e formas cantando palavras bem altas.

Mostrou terras e torres silvando palavras bem abertas.

Murmurou gatos e gotas conectando palavras bem opostas.

Marejou mágoas e mínguas curando palavras bem distintas.

Mistificou céus e terras ampliando palavras bem certas.

SOUBE DA ELEGIA O ESTETA:

Brotou neves e névoas feito palavras em contradição.

Brilhou greves e gravidades feito palavras em fruição.

Brincou risos e rostos feito palavras em purificação.

Brindou gente e gostos feito palavras em construção.

Brigou metas e mortes feito palavras em promoção.

Brotou beijos e bocas feito palavras em emoção.

Bradou campos e corpos feito palavras em plantação.

SOUBE DA HEGEMONIA O PROFETA

Misturou medos e modos onde muitas palavras sobrevoavam.

Mastigou fases e fezes onde muitas palavras evitavam.

Mostrou barcos e botes onde muitas palavras viajavam.

Mitigou voltas e vindas onde muitas palavras vicejavam.

Murmurou grutas e gritos onde muitas palavras avantajavam.

Mergulhou mundos e modos onde muitas palavras gesticulavam.

Margeou espaços e envolvimentos onde muitas palavras discursavam.

SOUBE DA HARMONIA O ASCETA

Acertou retas e rotas pelas palavras nutridas consideravelmente.

Abortou poros e peles pelas palavras sentidas sistematicamente.

Aguentou olhos e outros pelas palavras sorvidas monetariamente.

Ajuizou leis e lentes pelas palavras deferidas corajosamente.

Acelerou pés e pesos pelas palavras comedidas disfarçadamente.

Arruinou sabores e silêncios pelas palavras absorvidas covardemente.

Acentuou nomes e núpcias pelas palavras banidas indiscutivelmente.

SOUBE DA ESTREPOLIA O ATLETA

Versejou poemas e passagens pelas formas das palavras descritas.

Viajou ontens e outrem pelas formas das palavras proscritas.

Vosciferou verbos e vozes pelas formas das palavras contritas.

Vesperou manhas e manhãs pelas formas das palavras esquisitas

Virtualizou formatos e fremidos pelas formas das palavras benditas.

Vagou gostos e gestos pelas formas das palavras explícitas.

Vocalizou beleza e boatos pelas formas das palavras malditas

SOUBE DA FOLIA O COMETA

Falou o poeta palavras de austeras iluminação.

Fechou o poeta palavras de deveras determinação.

Findou o poeta palavras de severas procrastinação.

Furou o poeta palavras de frutíferas fabricação.

Fabricou o poeta palavras de míseras condição.

Fisicalizou o poeta palavras de efêmeras situação.

Financiou o poeta palavras de inúmeras germinação.

SOUBE DA ALEGRIA O ESPOLETA

Gastou –me a palavra ao alertar o temor da vida.

Gesticulou –me a palavra ao negligenciar o terror da lida.

Girou –me a palavra ao diferenciar o pendor da pedida.

Gerou –me a palavra ao arredondar o sabor da comida.

Ganhou –me a palavra ao domesticar o pavor da acolhida.

Gestou –me a palavra ao gesticular o valor da despedida.

Gostou –me a palavra ao determinar o favor da contrapartida.

PARTICIPAÇÃO NO CONCURSO LITERÁRIO

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~JACÓ FILHO ALUMIA MEU ESPAÇO POÉTICO VIRTUAL SEMPRE, SEMPRE.

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"PALAVRAS AO VENTO

Entendeu o profeta, do céu, a mensagem,

E nenhuma palavra mais, se fez necessária.

Repete mil vezes ao povo, a perfeita imagem,

Mas adaptam as palavras pra ações mercenárias...

Enxergam os sábios, para o céu, a passagem,

E propagam do profeta, a visão extraordinária...

Contrários os ateus, descartam a linguagem,

E somam com ignorantes, opiniões majoritárias..."

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Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 05/07/2016
Reeditado em 13/07/2016
Código do texto: T5687900
Classificação de conteúdo: seguro
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