ENCANTADOR DESPERTAR (Série Diálogos Poéticos) ROBERTA LESSA/FÁBIO BRANDÃO*

dor e percebo ser esse mais um sinal de que o dia inicia e que é chegada a hora do despertar de determinados seres.

- A lida lá fora se espalha em movimentos e barulhos.

É também a hora dos amantes repousarem-se um no e para o outro, inertes e na sorte de terem se nutrido de eternidade que jamais posso eu descrever. ah insanos prazeres que na madrugada foram deixados.

O amor introduz na vida de nós humanos e detentores desse sentir, o gosto pelo viver com um sabor da esperança ainda que diferenciada de um para outro, de vivenciar a plenitude e harmonia de ser uno com o universo que habitamos. Sabe ele, das (in) verdades do dia que amanhece, das pálpebras que fecham ao toque dos lábios que se despedem e selam pactos.

Hoje o galo desperta-me para o aguardar esperanças já anteriormente plantadas em meu peito, e o dia se desvela pelos sons que de longe me chegam da rua anunciando o movimento natural e inevitável da vida que desperta lá fora.

- O jornal é jogado pelo portão e aguarda silente e pacientemente sua leitura acompanhada do doce sabor do café recém coado.

Ao ler-te neste instante percebo possibilidades da poesia ser companhia daqueles que a nutrem no mais profundo âmago daquilo que acreditam ser e viver. Sim admito-me ser prolixa em minha escrita, e sei correr o risco da incompreensão de quem neste instante me lê e deixo propositadamente sinais literários feito pistas que possam possibilitar ao leitor talvez mínima compreensão do que é meu despertar de hoje e na esperança de deter sua necessária atenção.

- A oração matinal revoga-me o direito de permanecer nesse onírico devaneio, há lida lá fora.

Minha crença é de que nesse dia que inicia possamos sim gozar a dádiva do bem viver e creio também de sermos privilegiados pela oportunidade de conectarmos com cada uma de nossas verdades interiores mais significativas, nossas realidades vivenciais, nossas escolhas e principalmente oportunidade de acreditar, eu nesse caso, não ser ao acaso estar aqui nesse instante a escrever sobre seu belo poetar.

- Tornei-me refém de minha imperícia em descrever o amor com tamanha destreza e escrava sou dos que dele sabem poeticamente escrever e assim tão bem o sinalizam como o bem maior da humanidade.

EM DIÁLOGO COM A POESIA "A REALIDADE DO AMOR", DE AUTORIA DE FÁBIO BRANDÃO

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 23/06/2016
Código do texto: T5675809
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