OUTONO INVERNAL

Fazia frio, porém ainda era outono.

Deitado na minha cama o frio intenso fazia com que eu tremesse. Do outro lado da rua a menina beijava o namorado, eu assistia através do vidro embaciado, lembrando meu amor ausente.

Dentro do quintal do vizinho o cão uivava. Estava inquieto. Minha avó dizia que quando uiva está agourando morte.

Levantei e fui até a cozinha tomar uma caneca de chá quente.

Tentei escrever. Minha letra estava tremida por causa do frio. Entrava uma friagem por todas as frestas que havia na casa. Os aquecedores não davam conta de esquentar o ambiente. Eu continuava tiritando de frio. Estava me sentindo uma peteca pulando de um lado para o outro.

Estava com fome, mas uma salada é muito pouco. Comi umas bolachas que eu mesmo fiz e fui para o quarto.

Isto não é vida, pensei. Detesto o inverno, ele é meu carraso. Cada vez que o verão termina quero me atirar o penhasco.

Dramático, eu?

Não. Tenho muitas dores no corpo, toda vez que é inverno. Coisas da Idade? marcas da vida...

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16.06.16

Atividade passada aos alunos da Oficina Literária, na tarde deste dia. Usar as palavras: uivo, namorado, salada, caneca, peteca, carrasco, penhasco, vida e morte, numa composição, em qualquer ordem. Se eles fazem eu também me coloco a fazer. Nada impede que você tente também...

MARIO ROGERIO FEIJO
Enviado por MARIO ROGERIO FEIJO em 17/06/2016
Código do texto: T5670442
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