(Não) deixe as luzes acesas
Na insônia mais recente, a essência da reflexão. O que chamam de progresso contínuo, chamo de desestabilização, antes tinha controle de quem eu era, de quem me relacionava, do que podia e do que podia aprender. Hoje, sou uma junção de medo e ansiedade, sou uma criança com medo dos brutos trovões lá de fora, e aqui de dentro.
Uma lista. Números. Pastas. Acreditava não poder contar os "verdadeiros" amigos, ou um em específico, um que provou fugir quando tudo desmorona e desmoronei após cinco ou seis cambaleadas. Cinco vezes em que o números de lágrimas foram mais incontáveis que o número de lapsos persistentes. Como se em cada falha eu pudesse arquivar um nome, um alguém que desfixou-se na primeira oportunidade.
Sou uma criança assustada, a qual precisa de um afago, porque até suas dores parecem simples demais para montadores de lego, meus problemas são intolerantemente desnecessários, ainda sim, puxo a blusa de quem se vê em pé à minha frente para que estenda os braços e sussurre alguma canção de ninar. Porque ao acordar, quero ter o controle mais uma vez, estar sozinho de maneira descontrolada assusta aqueles que antes procuravam a sorte e que hoje fogem do azar.
Então me abraça forte e diz mais uma vez, que nem Renato Russo saberia lidar com essa confusão e que ainda sim, estamos distantes de tudo. E de toda insegurança que relampeia aqui dentro.