FALO E CALO (Série Diálogos Poéticos)ROBERTA LESSA/FACURI

TENTEI E MUITO, MAS TAMANHA NECESSIDADE QUE ROMPI O SILÊNCIO.

- Silêncios não me cabem, por isso falo e comparo corações.

NADA ME CALA MESMO QUANDO EM SILÊNCIO.

TENTEI E MUITO, MAS TACANHA VONTADE QUE DESENCADEEI O COMÍCIO.

- Comícios não me sabem, por isso calo e reparo emoções.

NADA ME SILENCIA MESMO QUANDO EM DESVIOS.

TENTEI E MUITO, MAS ESTRANHA NECESSIDADE QUE PROVI O PRENÚNCIO.

- Prenúncios não me servem, por isso escalo e deparo ilusões.

NADA ME DESVIA MESMO QUANDO CONTIDA.

TENTEI E MUITO, MAS DANADINHA AMBIGUIDADE QUE NUTRI O ANÚNCIO.

- Anúncios não me valem, por isso escalo e reparo condições.

NADA ME CONTÉM MESMO QUANDO LIBERTA.

TENTEI E MUITO, MAS ENTRANHA NORMALIDADE QUE DESTRUÍ ORIFÍCIO.

- Orifícios não me nutrem, por isso estalo e equiparo diferenciações.

NADA ME LIBERTA MESMO QUANDO OBSERVO.

TENTEI E MUITO, MAS SOZINHA HONESTIDADE QUE SORVI O HOSPÍCIO.

Hospícios não me inibem, por isso resvalo e disparo poetizações.

NADA ME OBSERVA MESMO QUANDO FERIDA.

TENTEI E MUITO, MAS CONTINHA LIBERDADE QUE SERVI O MALEFÍCIO.

Malefícios não me coíbem, por isso igualo e amparo divagações.

NADA ME FERE MESMO QUANDO CALADA

EM DIÁLOGO COM A POESIA "ZIPADO", DE AUTORIA DE FACURI

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 31/05/2016
Código do texto: T5652468
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