FALO E CALO (Série Diálogos Poéticos)ROBERTA LESSA/FACURI
TENTEI E MUITO, MAS TAMANHA NECESSIDADE QUE ROMPI O SILÊNCIO.
- Silêncios não me cabem, por isso falo e comparo corações.
NADA ME CALA MESMO QUANDO EM SILÊNCIO.
TENTEI E MUITO, MAS TACANHA VONTADE QUE DESENCADEEI O COMÍCIO.
- Comícios não me sabem, por isso calo e reparo emoções.
NADA ME SILENCIA MESMO QUANDO EM DESVIOS.
TENTEI E MUITO, MAS ESTRANHA NECESSIDADE QUE PROVI O PRENÚNCIO.
- Prenúncios não me servem, por isso escalo e deparo ilusões.
NADA ME DESVIA MESMO QUANDO CONTIDA.
TENTEI E MUITO, MAS DANADINHA AMBIGUIDADE QUE NUTRI O ANÚNCIO.
- Anúncios não me valem, por isso escalo e reparo condições.
NADA ME CONTÉM MESMO QUANDO LIBERTA.
TENTEI E MUITO, MAS ENTRANHA NORMALIDADE QUE DESTRUÍ ORIFÍCIO.
- Orifícios não me nutrem, por isso estalo e equiparo diferenciações.
NADA ME LIBERTA MESMO QUANDO OBSERVO.
TENTEI E MUITO, MAS SOZINHA HONESTIDADE QUE SORVI O HOSPÍCIO.
Hospícios não me inibem, por isso resvalo e disparo poetizações.
NADA ME OBSERVA MESMO QUANDO FERIDA.
TENTEI E MUITO, MAS CONTINHA LIBERDADE QUE SERVI O MALEFÍCIO.
Malefícios não me coíbem, por isso igualo e amparo divagações.
NADA ME FERE MESMO QUANDO CALADA
EM DIÁLOGO COM A POESIA "ZIPADO", DE AUTORIA DE FACURI