DIA DE QUÊ MESMO? (Série Reflexiva)ROBERTA LESSA/JACÓ FILHO
CONSUMO
Vende-se afetos à prazos módicos...
Vende-se credos à preços sádicos...
Vende-se paixões à custos fálicos...
Vende-se vidas à juros icônicos...
Vende-se felicidades à diálogos léxicos...
Vende-se memórias à gostos míticos...
Vende-se infâncias à futuros patológicos...
Vende-se tribos à sentidos egóicos...
CONSUMO HOJE
Já beijamos nossas mães?
Já oramos nossos natais?
Já namoramos nossos pares?
Já pascoalizamos nossos renasceres?
Já dançamos nossos carnavais?
Já velamos nossos mortos?
Já lembramos de nossas crianças?
Já sensibilizamos por nações?
HOJE CONSUMO
Que todos os dias sejam de consciências...
Que todos os dias sejam de paciências...
Que todos os dias sejam de resiliências...
Que todos os dias sejam de relevâncias...
Que todos os dias sejam de ressonâncias...
Que todos os dias sejam de sobrevivências
Que todos os dias sejam de eloquências...
Que todos os dias sejam de resistências...
HOJE
EM DIÁLOGO COM A POESIA "NÃO SABER PRA NÃO FAZER", DE AUTORIA DE JACÓ FILHO