ARTE (IN) COBERTA (Série Diálogos Poéticos)ROBERTA LESSA/DILSON POETA

Por saber sua sorte a arte se embrenhou à contaminar poderes:

E daí em diante nada a conteve simplesmente fora arte.

E daí em diante nada a deteve impunemente fora arte.

E daí em diante nada a reteve indecentemente fora arte.

E daí em diante nada a manteve incoerentemente fora arte.

E daí em diante nada a absteve indubitavelmente fora arte.

E daí em diante nada a transcreve indiscutivelmente fora arte.

E daí em diante nada a atreve inadequadamente fora arte.

Por conter sua parte a arte se estranhou à procurar viveres:

E por assim fazer completou sua sina de ser arte.

E por assim fazer condenou sua lida de ser arte.

E por assim fazer contemplou sua luta de ser arte.

E por assim fazer comunicou sua vida de ser arte.

E por assim fazer consumou sua cura de ser arte.

E por assim fazer confabulou sua tara de ser arte.

E por assim fazer contrastou sua marra de ser arte.

Por deter sua sorte a arte se encantou à iluminar seres:

E consequentemente a arte nutriu seres que a desacreditava

E consequentemente a arte aderiu poderes que a observava

E consequentemente a arte aferiu pudores que a desejava

E consequentemente a arte pariu sabores que a moldava

E consequentemente a arte arguiu cores que a condenava

E consequentemente a arte feriu dores que a consternava

E consequentemente a arte dormiu flores que a saboreava

Por querer sua corte a arte se multiplicou à encantar saberes:

E se fez atraente por se saber potente arte

E se fez potente por se deter contente arte

E se fez contente por se reter patente arte

E se fez patente por se sorver valente arte

E se fez valente por se querer coerente arte

E se fez coerente por se nascer latente arte

E se fez latente por se crescer atraente arte

Por prever sua morte a arte se desesperou à desejar olhares:

E causou a arte o regresso do brilho universal

E causou a arte o progresso do sorriso geral

E causou a arte o sucesso do gesto natural

E causou a arte o processo do humano espiritual

E causou a arte o acesso do saber essencial

E causou a arte o confesso do poder especial

E causou a arte o professo do caminho crucial

Por rever sua contraparte a arte se revelou à desnudar quereres:

E sempre que se entrega a arte surge iluminada ao poeta

E sempre que se agrega a arte emerge encantada ao artista

E sempre que se congrega a arte insurge alicersada ao criar

E sempre que se rega a arte urge espantada ao expectador

E sempre que se escorrega a arte ressurge atada ao asceta

E sempre que se desapega a arte insurge aliada ao rebelde

E sempre que se delega a arte esparge unida ao perene

Por sorver sua comparte a arte se calou à laborar conteres:

E por assim encantar pela arte o artista ri de si e segue

E por assim anuviar pela arte o artista ri de tudo e segue

E por assim apaixonar pela arte o artista ri do outro e segue

E por assim caminhar pela arte o artista ri da sorte e segue

E por assim somar pela arte o artista ri do medo e segue

E por assim retornar pela arte o artista ri da vida e segue

E por assim criar pela arte o artista ri da sociedade e segue

em diálogo com a poesia "Incógnitas" de autoria de Dilson Poeta

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============ DEZ LICIOSA INTERAÇÃO ============

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JACO SILHO DEIXA UM POUCO DE SUA ARTE EM FORMA DE INTERAÇÃO, E EU AGRADECIDA E MAIS QUE DEPRESSA JÁ RESERVO UM ESPACINHO NESSE MEU POST:

"FERRAMENTA DAS ARTES

Desde que a arte apoderou-se dos fractais,

Deu ao cosmos padrões e estabeleceu regras...

O bem e o belo definem o verdadeiro e pega,

Pela beleza infinda, as rédeas universais...

Não importa o tamanho, do macro ao micro,

Sejam notas musicais ou respectivos temas,

As artes transformam barro na luz do cinema,

E encantam os anjos feito crianças no circo...

Não fossem as artes, como poderia respirar?

Catedrais e galerias que conduzem oxigênio,

Faltariam ao corpo, que ainda, tão ingênuo,

Desconhece ser da arte, ferramenta de moldar..."

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============ DEZ LICIOSA INTERAÇÃO ============

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