VONTADE DE SAUDADE ( Série Diálogos Poéticos) ROBERTA LESSA/JACÓ FILHO
SAUDADE DE ALGO
que faz gestante criativa à me germinar.
que tece radiante estrela à me cintilar.
que fica vigilante força à me cuidar.
que luta aviltante sonhos à me rondar.
que soma rompante brisa à me rutilar.
que fala possante grito à me olvidar.
que data gigante tempo à me ensinar.
ALGO EM MIM É SAUDADE
SAUDADE DE TEMPO
onde pés pisavam chãos.
onde mãos soltavam pipas.
onde olhos buscavam sóis.
onde ouvidos sabiam ouvir.
onde bocas ousavam cantam.
onde cabelos voavam ventos.
onde braços sabiam gestos.
TEMPO EM MIM É SAUDADE
SAUDADE DE SENTIDOS
ontem amor, hoje ausência.
ontem valor, hoje paciência.
ontem calor, hoje distância.
ontem favor, hoje inércia.
ontem maior, hoje redundância.
ontem pudor, hoje eloquência.
ontem fervor, hoje resiliência
SENTIDOS EM MIM É SAUDADE
SAUDADE DE ENCONTROS
surpreendo os desavisados
ensinando os animados
fomentando os venerados
ocasionando os legados
alegrando os desprezados
deliciando os honrados
arregimentando os ousados
ENCONTROS EM MIM É SAUDADE
SAUDADE DE SONHOS
feitos de altos e baixos
feitos de luz e escuridão
feitos de lembranças e esquecimentos
feitos de frio e calor
feitos de claros e escuros
feitos de tristezas e alegrias
feitos de coragens e medos
SONHOS EM MIM É SAUDADE
SAUDADE DE SOMAS
felizes em momentos
matizes em desdobramentos
matrizes em filamentos
pazes em fragmentos
revezes em segmentos
deslizes em condimentos
diretrizes em fomentos
SOMAS EM MIM É SAUDADE
SAUDADE DE ALGUÉM
de cheiro de mato
de face de anjo
de gestos de herói
de formas de vida
de gosto de flores
de mescla de sabores
de união de bondades
ALGUÉM EM MIM É SAUDADE
EM DIÁLOGO COM A POESIA "DA DISTÂNCIA QUE NOS SEPARA" DE AUTORIA DE JACÓ FILHO
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Jacó Filho, traduz a alma da gente sob forma de poesia, pois somente quem tem alma de poeta ilumina o olhar e o coração da gente:
SAUDADES SEM FIM
Inconscientes, lembramos o divino que fomos,
Antes da emanação, ainda em Deus, incorporados...
De saudade do céu, pelo mestre Rama, denominado,
É arquétipo de felicidade é o cesto que nos pomos,
Quando a utopia em nossa mente tem o todo, dominado...
A partir desse modelo, a saudade vem na trilha,
Com a nossa evolução, reescrevendo o passado,
E sempre que perdemos algo, ela acende e brilha,
Muitas vezes ofuscando o que deve ser valorizado...
Maltrata mas consola, com o seu morde e assopra,
Pois tem capacidade de ser ora amarga, ora doce...
Pra muitos, dos bons momentos, é tudo que sobra,
E vivemos a saudade como uma doce realidade, fosse..."
Gratidão mansa, imensa e intensa.
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