UFANIA POÉTICA (Série Diálogos Poéticos) ROBERTA LESSA/FÁBIO BRANDÃO
Aí vieram as flores... surpreendendo-me com seus amores.
Junto as cores, sabores, calores; numa empatia quase inumana.
E assim todo poeta sabia não ser sua origem mundana.
Aí vieram os sonhos... arrefecendo-me com seus primores.
Junto os risonhos, bisonhos, enfadonhos; numa utopia quase mundana.
E assim todo poeta carecia não ser sua vertigem puritana.
Aí vieram as rimas... nutrindo-me com seus saberes.
Junto as lágrimas, lástimas, íntimas; numa folia quase puritana.
E assim todo poeta nutria não ser sua linguagem leviana.
Aí vieram os versos... aquecendo-me com seus dizeres.
Junto os cursos, recursos, inversos, numa orgia quase leviana.
E assim todo poeta queria não ser sua imagem insana
Aí vieram as falas... aderindo-me com seus fazeres.
Junto as valas, malas, balas; numa mania quase insana.
E assim todo poeta teria não ser sua paragem tirana.
Aí vieram os poemas... instruindo-me com seus poderes.
Junto os temas, esquemas, sistemas; numa simetria quase tirana.
E assim todo poeta fazia não ser sua pastagem ufana.
Aí vieram as palavras... forjando-me com seus amores.
Junto as lavras, metáforas, vísceras; numa poesia quase ufana.
E assim todo poeta pedia não ser sua vantagem espartana.
EM DIÁLOGO COM A POESIA "CONSCIÊNCIA POÉTICA" DE AUTORIA DE FÁBIO BRANDÃO.