UFANIA POÉTICA (Série Diálogos Poéticos) ROBERTA LESSA/FÁBIO BRANDÃO

Aí vieram as flores... surpreendendo-me com seus amores.

Junto as cores, sabores, calores; numa empatia quase inumana.

E assim todo poeta sabia não ser sua origem mundana.

Aí vieram os sonhos... arrefecendo-me com seus primores.

Junto os risonhos, bisonhos, enfadonhos; numa utopia quase mundana.

E assim todo poeta carecia não ser sua vertigem puritana.

Aí vieram as rimas... nutrindo-me com seus saberes.

Junto as lágrimas, lástimas, íntimas; numa folia quase puritana.

E assim todo poeta nutria não ser sua linguagem leviana.

Aí vieram os versos... aquecendo-me com seus dizeres.

Junto os cursos, recursos, inversos, numa orgia quase leviana.

E assim todo poeta queria não ser sua imagem insana

Aí vieram as falas... aderindo-me com seus fazeres.

Junto as valas, malas, balas; numa mania quase insana.

E assim todo poeta teria não ser sua paragem tirana.

Aí vieram os poemas... instruindo-me com seus poderes.

Junto os temas, esquemas, sistemas; numa simetria quase tirana.

E assim todo poeta fazia não ser sua pastagem ufana.

Aí vieram as palavras... forjando-me com seus amores.

Junto as lavras, metáforas, vísceras; numa poesia quase ufana.

E assim todo poeta pedia não ser sua vantagem espartana.

EM DIÁLOGO COM A POESIA "CONSCIÊNCIA POÉTICA" DE AUTORIA DE FÁBIO BRANDÃO.

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 22/04/2016
Código do texto: T5612423
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