ÀS HORAS (Série Diálogos Poéticos) ROBERTA LESSA/FACURI
QUE HORAS SÃO? - DUAS, ORAS BOLAS...
Duas badaladas no carrilhão que insistem em horas parir.
Duas chineladas de correção que insistem em horas punir.
Duas alinhadas de conjunção que insistem em horas consumir
Duas marcadas de cicatrização que insistem em horas consumir.
Duas olhadas de atenção que insistem em horas medir.
Duas manchadas de ilusão que insiste em horas denegrir.
Duas caminhadas de compreensão que insiste em horas partir
HORA DE SEGUIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? TRÊS, ORAS BOLAS...
Três carrilhões no tempo que marcam horas em redenção.
Três correções no vento que juntam horas em tradução.
Três conjunções no caminho que andam horas em solução.
Três cicatrizações no escuro que armam horas em remediação.
Três atenções no muro que pintam horas em pixação.
Três ilusões no afeto que separam horas em distração.
Três compreensões no deserto que somam horas em dissecação.
HORA DE PARIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? QUATRO, ORAS BOLAS...
Quatro tempos em mim agraciados em horas trançadas.
Quatro ventos em mim emancipados em horas urdidas.
Quatro caminhos em mim traçados em horas trocadas.
Quatro escuros em mim dominados em horas empenhadas.
Quatro muros em mim pulados em horas moldadas.
Quatro afetos em mim sentidos em horas esperadas.
Quatro desertos em mim feridos em horas iludidas.
HORA DE GERIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? CINCO, ORAS BOLAS...
Cinco tranças de cabelos confundidos em horas de lábios calados..
Cinco urdidas de tecidos coloridos em horas de olhos esperados.
Cinco trocas de nomes confundidos em horas de gestos findados.
Cinco empenhos de diálogos atados em horas de corpos unidos.
Cinco moldes de rostos fadados em horas de rostos confundidos.
Cinco esperas de filhos perdidos em horas de úteros feridos.
Cinco ilusões de anjos caídos em horas de homens perdidos.
HORA DE PEDIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? SEIS, ORAS BOLAS...
Seis cabelos tingindo mentes nas horas correntes.
Seis tecidos parindo vestes nas horas frementes.
Seis nomes surgindo vertentes nas horas distantes.
Seis diálogos ungindo sementes nas horas urgentes.
Seis rosto falindo contentes nas horas insurgentes.
Seis filhos surgindo carentes nas horas emergentes.
Seis anjos caindo frementes nas horas ardentes.
HORA DE FERIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? SETE, ORAS BOLAS...
Sete mentes aliadas em função das horas flertadas.
Sete vestes surradas em junção das horas passadas.
Sete vertentes dilaceradas em fração das horas roubadas.
Sete sementes plantadas em união das horas humanizadas.
Sete contentes risadas em invenção das horas brincadas.
Sete carentes roubadas em intensão das horas fracassadas.
Sete frementes elucidadas em concatenação das horas aladas.
HORA DE FREMIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? OITO, ORAS BOLAS...
Oito aliadas bandeiras mas sem horas de aliar fronteiras .
Oito surradas esteiras mas sem horas de surrar maneiras.
Oito dilaceradas besteiras mas sem horas de dilacerar cachoeiras.
Oito plantadas palmeiras mas sem horas de plantar sujeiras.
Oito risadas lindeiras mas sem horas de rir asneiras.
Oito roubadas videiras mas sem horas de roubar peneiras.
Oito elucidadas brincadeiras mas sem horas de elucidar barreiras.
HORA DE EXIBIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? NOVE, ORAS BOLAS...
Nove bandeiras desfraldando as horas que seguem nos dirigindo..
Nove esteiras descansando as horas que seguem nos cobrindo.
Nove besteiras salvando as horas que seguem nos ungindo.
Nove palmeiras ventando as horas que seguem nos nutrindo.
Nove lindeiras queimando as horas que seguem nos parindo.
Nove videiras maturando as horas que seguem nos sentindo.
Nove brincadeiras virando as horas que seguem nos coibindo.
HORA DE COLIDIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? DEZ, ORAS BOLAS...
Dez desfraldantes viagens obstruem o observar das horas.
Dez descansantes miragens constituem o levar das horas.
Dez salvantes coragens consomem o frutificar das horas.
Dez ventantes arbitragens temem o pulsar das horas.
Dez queimantes forragens destroem o passar das horas.
Dez maturantes contagens sabem o calar das horas.
Dez virantes margens perdem o encantas das horas.
HORA DE COIBIR HORAS
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QUE HORAS SÃO? ONZE, ORAS BOLAS...
Onze viagens de memória estão há horas agendadas..
Onze miragens de glória estão há horas marcadas.
Onze coragens de história estão há horas canceladas.
Onze arbitragens de vitória estão há horas vinculadas.
Onze forragens de meritória estão há horas atadas.
Onze contagens de ilusória estão há horas disputadas.
Onze margens de predatória estão há horas amputadas.
HORA DE SORRIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? DOZE, ORAS BOLAS...
Doze memórias odiadas entre as horas do terror.
Doze glorias findadas entre as horas do Senhor.
Doze histórias imputadas entre as horas do pavor.
Doze vitórias negadas entre as horas do favor.
Doze meritórias adiadas entre as horas do impor.
Doze ilusórias desenfreadas entre as horas do temor.
Doze predatórias acionadas entre as horas do repor
HORA DE AGREDIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? TREZE, ORAS BOLAS...
Treze horas odiadas pelo povo usado feito boneco.
Treze horas findadas pelo povo cortado feito carne.
Treze horas imputadas pelo povo contrariado feito louco.
Treze horas negadas pelo povo encantado feito tolo.
Treze horas adiadas pelo povo caprichado feito quadro.
Treze horas desenfreadas pelo povo privado feito fera.
Treze horas acionadas pelo povo ousado feito herói.
HORA DE PREFERIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? QUATORZE, ORAS BOLAS...
Quatorze formas de uso das horas são quimeras .
Quatorze cortes de partes das horas são deveras.
Quatorze contrariedades de perda das horas são míseras.
Quatorze encantos de feitos das horas são melíferas.
Quatorze caprichos de medos das horas são cóleras.
Quatorze privações de fuga das horas são obras.
Quatorze ousadias de lidas das horas são cóleras.
HORA DE DEFERIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? QUINZE, ORAS BOLAS...
Quinze minutos é parte do uso parcial das horas.
Quinze minutos é parte da parte infinitesimal das horas.
Quinze minutos é parte da perda inicial das horas.
Quinze minutos é parte do feito terminal das horas.
Quinze minutos é parte do medo infernal das horas.
Quinze minutos é parte da fuga crucial das horas.
Quinze minutos é parte da lida natural das horas.
HORA DE CONSEGUIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? DEZESSEIS, ORAS BOLAS...
Dezesseis momentos é parcialmente horas fragmentadas.
Dezesseis tormentos é infinitamente horas consternadas.
Dezesseis fomentos é inicialmente horas altercadas.
Dezesseis alentos é terminalmente horas emocionadas.
Dezesseis juramentos é infernalmente horas caladas.
Dezesseis ferimentos é crucialmente horas marcadas.
Dezesseis impedimentos é naturalmente horas juradas.
HORA DE COLORIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? DEZESSETE, ORAS BOLAS...
Dezessete atos pedintes mudam momentos na vida em horas.
Dezessete coisas salientes causam tormentos na lida em horas.
Dezessete pontos deprimentes negam fomentos na luta em horas.
Dezessete fatos ausentes moldam alentos na alma em horas
Dezessete gestos carentes pulsam juramentos na casa em horas.
Dezessete formas reclamantes alçam ferimentos na alma em horas.
Dezessete pecados entrementes pecam impedimentos na horas.
HORA DE PERSEGUIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? DEZOITO, ORAS BOLAS...
Dezoito segundos nas horas são atos lacônicos à medrar.
Dezoito instantes nas horas são coisas etéricas á urrar.
Dezoito minutos nas horas são pontos únicos à jurar.
Dezoito parcelas nas horas são fatos mágicos à margear.
Dezoito fragmentos nas horas são gestos laicos à usar .
Dezoito somas nas horas são formas rústicas à pensar.
Dezoito pedaços nas horas são pecados éticos à esperar.
HORA DE ILUDIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? DEZENOVE, ORAS BOLAS...
Dezenove formas de ludibriar o medo é passar horas à se perder.
Dezenove formas de acobertar o urro é ultrapassar horas à se ver.
Dezenove formas de arregimentar o juramento é alar horas à se ter.
Dezenove formas de visualizar o margear é pesar horas à se crer.
Dezenove formas de perpetuar o uso é ondular horas à se prever.
Dezenove formas de pulular o pensamento é cotar horas à se ser.
Dezenove formas de descontrolar o esperar é semear horas à se viver.
HORA DE POLUIR HORAS
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QUE HORAS SÃO? VINTE, ORAS BOLAS...
Vinte poses de artistas não tecem horas de vivências.
Vinte poses de conquistas não medem horas de carências.
Vinte poses de puristas não pedem horas de potências.
Vinte poses de intimistas não cedem horas de influências.
Vinte poses de lobistas não vendem horas de benevolências.
Vinte poses de escravistas não tendem horas de dolências.
Vinte poses de farristas não rendem horas de ingerências.
HORA DE TRANSGREDIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? VINTE E UMA, ORAS BOLAS...
Vinte e uma horas de esperanças ampliam as horas do prazer.
Vinte e uma horas de alianças ampliam as horas do poder.
Vinte e uma horas de confianças ampliam as horas do querer.
Vinte e uma horas de temperanças ampliam as horas do entreter.
Vinte e uma horas de mudanças ampliam as horas do lazer.
Vinte e uma horas de bonanças ampliam as horas do permanecer.
Vinte e uma horas de nuanças ampliam as horas do anoitecer.
HORA DE AGREDIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? VINTE E DUAS, ORAS BOLAS...
Vinte e duas vezes declaro amor, mesmo em constantes de fazeres fraternais.
Vinte e duas vezes preparo amor, mesmo em instantes de primores celestiais.
Vinte e duas vezes laboro amor, mesmo em rompantes de sabores infernais.
Vinte e duas vezes amparo amor, mesmo em constantes de labores primordiais.
Vinte e duas vezes aparo amor, mesmo em amantes de temores circunstanciais.
Vinte e duas vezes encaro amor, mesmo em atenuantes de favores amicais.
Vinte e duas vezes equiparo amor, mesmo em significantes de valores primais.
HORA DE PROSSEGUIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? VINTE E TRÊS, ORAS BOLAS...
Vinte e três noites na cidade com a fome de viver encanta as horas da alma.
Vinte e três açoites na humanidade com a sede de prever suplanta nas horas da alma.
Vinte e três limites na unidade com a força de conter espanta as horas da alma.
Vinte e três enfeites na alteridade com a queda do haver acalanta as horas da alma.
Vinte e três deleites na eternidade com a perda do fazer salienta as horas da alma.
Vinte e três pernoites na insanidade com a luta por morrer levanta as horas da alma.
Vinte e três convites na legitimidade com a chama do perder fomenta as horas da alma.
HORA DE CONFERIR HORAS...
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QUE HORAS SÃO? VINTE E QUATRO, ORAS BOLAS...
Vinte e quatro são as horas do dia que nutro confianças reais.
Vinte e quatro são as horas ddo dia que desejos bonanças essenciais.
Vinte e quatro são as horas do dia que recebo heranças memoriais.
Vinte e quatro são as horas do dia que sigo lembranças ancestrais.
Vinte e quatro são as horas do dia que desejo alianças conceituais.
Vinte e quatro são as choras do dia que aguardo heranças espirituais.
Vinte e quatro são as horas do dia que espero mudanças sociais.
HORA DE COLORIR HORAS...
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EM DIÁLOGO COM A POESIA " ESTAÇÃO DA HORA" DE AUTORIA DE FACURI
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JACÓ FILHO, ESSE MEU QUERIDO IRMÃO DE PLANETA, MAIS UMA VEZ DEIXA-ME MIMOS POÉTICOS E ABRILHANTA ESSE ESPAÇO POÉTICO VIRTUAL.
"ABSTRAÇÃO DO TEMPO
Vivi desperto por segundos,
Tempo o bastante pra saber,
Não querer digerir o mundo,
Enquanto encarnado, viver...
Vivo quase sempre dormindo,
E rezo pra passar depressa,
As horas vazias de promessa,
Do céu que nos está gerindo...
Depois das vigésimas quartas,
As horas com o Sol renascem...
Mas é como se não passassem,
E só as dúvidas, são fartas...
O sábio apostando nas ERAS,
E não contam as horas assim...
Mas os loucos, tiro por mim,
Vivem o tempo em várias esferas..."
NADA DE INSANIDADE VEJO EM VOCÊ ESTIMADO POETA, SOMENTE O LUXO DAS HORAS TECENDO EM SUA VIDA SABERES, SABORES E LABORES POÉTICOS. GRATIDÃO.
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-------------------------- INTERAÇÕES ---------------------------------
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