Querer exacerbado
Trago esse querer tanto, que extrapola, faz doer,
Corta o peito, dilacera, silenciosamente,
Queima por dentro, acalora, ardentemente,
Digo desse amar, intenso anseio, louco querer,
E que não passa, não cessa, infindo corroer,
Sem tempo nem hora, quer hoje, agora e tão somente.
O que fazer se não sara, sem cura, é desesperador?
Esse querer sem fim, ardente, pelas entranhas,
É quase delirar, febril, desatinada sanha,
É querer sem hora, incontido, misto de prazer e dor,
Será amor esse sentir? Fúlgido, que me acompanha?
Ou apenas desejo? Efêmero, arrebatador?
Falo de intenso anseio, doído, recorrente,
Eis que dilacerada, sigo, sofrendo esse mal de amor,
Fim não terá? Quiçá passará? Será eternizado?
Sentir assim, incompreendido, destino traçado,
É penosa rima, não reverbera, é puro torpor,
É verso engasgado, apenas e tão somente,
Se, por te amar, infinitamente, viverei assim,
Quanto suportarei? Vida que se desalinha?
Já não tenho esperanças, é decretado meu fim,
Sou perdida, sem rumo, sentir que desencaminha,
Se nada alivia essa dor, descansarei enfim?
Clamo por ti e por paz, cansada se seguir sozinha!
Queiex, uma criação de Od L Aremse M Peterson
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