Um aglomerado de pensamentos

Alguns me dizem.

Que eu devia escrever mais. Que devia publicar um livro.

Mas eu não quero escrever,

só para fazer volume

e usar palavras só para encher o papel.

não quero ficar me repetindo

com versos sobre as mesmas coisas,

produzindo retratos

com as mesmas cores.

não sou poeta, por obrigação,

e na verdade, nem sei se sou poeta

de fato.

sou um viciado, talvez,

pela sensação de produzir um poema,

de contar uma história.

mas não qualquer coisa,

só para ocupar espaço

só para ter algo para mostrar a alguém

para ganhar um aplauso

aqui ou ali.

Mas todo mundo pensa que sabe,

ou que entende do processo criativo.

E tantos outros não acreditam quando digo.

Que não escrevo por que quero. Nem quando quero.

Eu uso a poesia como instrumento para me manter são.

para expressar o que não consigo de maneiras convencionais.

Para ser uma pessoa que não poderia ser no mundo real.

E acho q essa pessoa está cansada, de tanta gente que acha que entende e sabe das coisas.

Por isso esse meu outro eu fica dentro de mim.

Escondido pela minha casca de convencionalismo.

de bom rapaz.

Um caralho que eu sou um bom rapaz. Pelo menos não todo tempo. Por isso minha poesia choca a quem me conhece superficialmente.

E espero que continue chocando,

esse bando de gente chata.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 29/03/2016
Código do texto: T5588618
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