Menage
Ela gemeu,
do alto dos seus 1.60 e poucos.
Vitoriosa.
Enxugou o suor da testa, e passou suavemente a mão sobre os lábios.
Deitada,
outra jovem,
um pouco menor,
ainda delirava,
e suspirava ofegante.
Eu, sentado numa cadeira,
as observava.
com meu tesão preso num olhar.
eu sentia
pelo ar, o gozo compartilhado.
O gozo ativo, do simples e puro ato de dar prazer
e o gozo passivo, egoísta,
de receber na carne
e na alma,
a luxúria da outra.
As duas se sentaram na cama e sorriram, se entreolhando.
Em seguida olharam para mim,
como se me convidassem
a partilhar daquela comunhão,
que muitos diriam ser pecado.
Eu, pensei, um pouco embriagado,
que só iria estragar aquele momento,
com minha presença masculina,
mesmo que inconscientemente.
Eu tinha mãos grandes demais para aqueles corpos,
minha língua, talvez fosse rude demais,
para os seus genitais.
e tentei não pensar em nada,
enquanto elas me envolviam,
em beijos e caricias.
Me segui sugado,
chupado,
para uma dimensão diferente,
E nada mais fazia sentido
nada mais importava.
além das almas presentes
naquele quarto
e toda aquela poesia,
posta em prática.