ESPELHOS "DESESPELHADOS" (Série Poema no Poema) ROBERTA LESSA
Amar as flores do outro é fácil.
FACILIDADES EXISTEM... MAS SÃO REAIS?
Por entre realidades falam nossas flores.
MUITAS VEZES O QUE SE É NÃO SE PÕE.
Falar os fulgores do outro é dúctil.
DUCTILIDADES PERSISTEM... MAS SÃO IDEAIS?
Por entre idealidades calam nossas idéias.
MUITAS VEZES O QUE SE VEM NÃO SE PÕE.
Calar os vetores do outro é fútil.
FUTILIDADES COLIDEM... MAS SÃO TOTAIS?
Por entre totalidades juram nossos vetores.
MUITAS VEZES O QUE SE PÕE NÃO SE DIZ.
Jurar os valores do outro é fértil.
FERTILIDADES PROGRIDEM... MAS SÃO GERAIS?
Por entre generalidades pegam nossos valores.
MUITAS VEZES O QUE SE QUER NÃO SE DIZ.
Pegar os andores do outro e volátil.
VOLATILIDADE PEDEM... MAS SÃO INTENCIONAIS?
Por entre intencionalidades miram nossos andores.
MUITAS VEZES O QUE SE DIZ NÃO SE FAZ.
Mirar os rumores do outro é útil.
UTILIDADES URGEM... MAS SÃO FATAIS?
Por entre fatalidades cegam nossos rumores.
MUITAS VEZES O QUE SE AZ NÃO SE VÊ.
Cegar os amores do outro é táctil.
TACTILIDADE EMERGEM... MAS SÃO LETAIS?
Por entre letalidades fincam nossos amores.
MUITAS VEZES O QUE SE VÊ NÃO SE É
Fincar os rigores do outro é sútil.
SUTILIDADES DIFEREM... MAS SÃO BRUTAIS?
Por entre brutalidades amam nossos rigores.
MUITAS VEZES O QUE É NÃO SE É.