Uma viagem sobre o amor

Um doidão, de cara, sem dinheiro pra cerva e nem pro salve, espera sua amada na parada do ônibus as 23:30.

Ambos sorriem quando se avistam.

Ela desce das escadas do busão. Era a última passageira.Estava com um pouco de medo. Mas ao vê-lo, tudo se dissipou.

Ela, mesmo depois de um dia de faculdade e trabalho e algumas horas de ônibus, ainda tinha energia para um abraço forte e um beijo nos lábios.

Depois seguem de mãos dadas pela rua.

Ele para numa barraca que ainda estava aberta e tira do bolso uma nota de cinco reais. A única que sobrou do último bico. Pega umas unidades do cigarro que ela gostava e uma lata de coca cola. Ela sorri, com o agrado e o beija novamente.

Porra. O amor pode estar nas mínimas coisas. O amor pode ser simples. Não precisa ser falado nem escrito. Não precisa inspirar sonetos nem monumentos.

O amor não precisa de dinheiro. Só precisa de pessoas dispostas a sentir.

Eu vejo o casal seguir, invejando um pouco aquele romance. Fico sentado na minha janela. De cara para aquela avenida e para a parada de ônibus.

Quantas histórias de amor não contadas aconteceram ali?

R.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 11/03/2016
Código do texto: T5570099
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