Uma viagem sobre o amor
Um doidão, de cara, sem dinheiro pra cerva e nem pro salve, espera sua amada na parada do ônibus as 23:30.
Ambos sorriem quando se avistam.
Ela desce das escadas do busão. Era a última passageira.Estava com um pouco de medo. Mas ao vê-lo, tudo se dissipou.
Ela, mesmo depois de um dia de faculdade e trabalho e algumas horas de ônibus, ainda tinha energia para um abraço forte e um beijo nos lábios.
Depois seguem de mãos dadas pela rua.
Ele para numa barraca que ainda estava aberta e tira do bolso uma nota de cinco reais. A única que sobrou do último bico. Pega umas unidades do cigarro que ela gostava e uma lata de coca cola. Ela sorri, com o agrado e o beija novamente.
Porra. O amor pode estar nas mínimas coisas. O amor pode ser simples. Não precisa ser falado nem escrito. Não precisa inspirar sonetos nem monumentos.
O amor não precisa de dinheiro. Só precisa de pessoas dispostas a sentir.
Eu vejo o casal seguir, invejando um pouco aquele romance. Fico sentado na minha janela. De cara para aquela avenida e para a parada de ônibus.
Quantas histórias de amor não contadas aconteceram ali?
R.