O Texto que você não vai ler

Eu sinto tanto a sua falta que chega a doer. Aperta, às vezes, parece que eu não consigo respirar. O peito parece que vai explodir. Eu sinto tanto, é tanto, que tanto faz.

Faz com que eu tome uma dose de veneno diariamente, sim, veneno puro: orgulho, medo, saudade, mágoa.

Tudo isso me é enfiado goela abaixo. E todo dia eu sinto o veneno correr pelas veias, mas não sou capaz de fazer nada a respeito. Não tem jeito de acelerar o processo, é lento.

Leva tempo.

Eu só preciso de afeto, aquele que era meu teto.

Do abraço, aquele que era meu lar.

Eu busco alento, tento engolir qualquer coisa amarga, qualquer coisa pra aliviar a dor.

Dói de um jeito visceral.

É a falta.

É o não falar.

São os e-mails que escrevo, mas nunca envio.

Eu perco algo de você todo dia, quando tudo o que eu queria era gritar: "olhe que lua linda, meu bem!"

Mas não há textos ou voz, tenho a mim, eu rimando com fim.

Eu jurando que foi melhor assim.

Eu intoxicada, machucada, mas empertigada.

Mas eu sinto, eu minto todos os dias dizendo que não.

Que não fui quem largou a sua mão, que , quando mais precisei, foi você quem me deixou na mão.

Mas não vou morrer, jogo fora todo o veneno nos textos que não envio, nas lágrimas que deixam meus olhos marejados sempre que escuto algo que lembra você, nas ligações que não faço.

Ou fico mais intoxicada.

Não sei.

É só que dói.

- A Rosa sem Girassol

Luana Luz
Enviado por Luana Luz em 24/02/2016
Código do texto: T5554361
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