Erosy
Rompo com os dedos, a fina pele dos teus pudores
e levo a boca, o suco, carregado de sabores,
dos teus pensamentos inquietos.
Passo a língua por teus lábios
com o mesmo ímpeto, que te devoro,
aquele receio malcriado,
que tinha se aninhado em teu ventre.
Percorro teu corpo, mas me perco,
na visão de teus seios, tão rosados.
E mergulho na vastidão dos teus cabelos,
tentando me afogar,
na sensação de completude.
Enfim, saciado, durmo,
com nossas pernas
e vidas entrelaçadas,
como se fôssemos
imunes aos séculos e às horas.
À loucura e ao barulho de um mundo,
pronto a se acabar.
Até que você se acorda
e teus olhos me convidam a recomeçar.