O QUE PODE O POETA (Série Diálogos Poéticos) ROBERTA LESSA/MARCUS RIOS*

PODE O POETA DESCREVER O INDESCRITÍVEL?

Estrada estranha essa com apenas uma mão de ida, sem admiradores:

SEREI EU A MOÇA QUE VIVE INSIGNIFICANTE?

PODE O POETA CONTESTAR O INCONTESTÁVEL?

Caminhada triste essa com apenas uma boca estendida, sem trocadores:

SEREI EU O OBSERVADOR QUE DESCREVE IMPUNEMENTE?

PODE O POETA CABER O INCABÍVEL?

Entrada pequena essa com apenas uma porta comprimida, sem sabores:

SEREI EU A DANÇA QUE RODOPIA SORRATEIRAMENTE?

PODE O POETA VARIAR O INVARIÁVEL?

Enxurrada forte essa com apenas uma vida empurrada, sem provedores:

SEREI EU O RAPAZ QUE EXISTE DISTRAIDAMENTE?

PODE O POETA CORROMPER O INCORRUPTÍVEL?

Beirada forte essa com apenas uma chamada instigada, sem salvadores:

SEREI EU A FESTA QUE ALEGRA PALIATIVAMENTE?

PODE O POETA VIABILIZAR O INVIÁVEL?

Temporada forte essa com apenas uma cena atuada, sem atores:

SEREI EU O SENTIMENTO QUE ILUDE INCESSANTEMENTE?

PODE O POETA ATINGIR O INATINGÍVEL?

Florada forte essa com apenas uma pétala arrancada, sem observadores:

SEREI EU A RESISTÊNCIA QUE ACREDITA CEGAMENTE?

DIÁLOGO COM A POESIA "OLHOS DE AMOR" DE AUTORIA DE MARCUS RIOS

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 31/01/2016
Código do texto: T5528721
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