CHAPELEIRO (Série Diálogo Com) ROBERTA LESSA/ARAGON GUERRERO

Onde a fala jamais se cala?

- NAQUILO QUE O POETA CHAMA RESISTIR.

E o poema estrutura o inacreditável.

Onde o calar jamais se rima?

- NAQUILO QUE O POETA CLAMA POR PERSISTIR.

E o poeta aventura o imensurável.

Onde a rima jamais se cria?

- NAQUILO QUE O POETA CONCLAMA POR COLIDIR.

E o poeta acultura o intercambiável.

Onde a criação jamais se oprime?

- NAQUILO QUE O POETA RECLAMA POR ABSTRAIR.

E o poeta rasura o insofismável.

Onde a opressão jamais se multiplica?

- NAQUILO QUE O POETA PROCLAMA POR INCIDIR.

E o poeta usura o formidável.

Onde a multiplicação jamais se rompe?

- NAQUILO QUE O POETA INFLAMA POR DIFUNDIR.

E o poeta mistura o inevitável.

Onde a ruptura jamis se fala?

- NAQUILO QUE O POETA ESPARRAMA POR ECLODIR.

E o poeta sutura o imputável.

EM DIÁLOGO COM A POESIA "OS CHAPÉUS" DE AUTORIA DE ARAGON GUERRERO

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 25/01/2016
Código do texto: T5522172
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