Inominado
Nacos de alma arrancados
Sextavada melancolia do que passou
Estrela de seis cintilantes pontas cruentas
Que reluz ininterrupta
Inerte monotonia que trava e entrava
Novos planos e embolora os antigos
Com a mitigante nódoa do desestímulo
A poesia que abriga, mas não habita
Como velha e abandonada mansão de outrora hospedaria
Quando adentrada, cinge descobertas internas
Pátios gramados recrudescidos
E também sótãos de penúria de adjetivos não acintosos
Sonhos emoldurados em painéis digitais
Nos comerciais ávidos por consumo
Frustração retrógrada que se auto alimenta
De caprichos superficiais e futilidades supérfluas
Onde estão a sonoridade e o mel de melífluo
Ou o real significado de blandícia?
Da maciez já não é lembrada a textura
De brisa interna o Zéfiro se tornou tornado
Que não destrói e nem reconstrói
Apenas sopra, uiva e se faz presente
Na embriaguez sem álcool
E no mergulho para dentro
Na negação da solidão e do envelhecer
Do riso sem vontade
Apenas diplomático
Aura era de angústias sós
Expressas com cartões plásticos
Fazendo tilintar maquinetas eletrônicas
E falsos sorrisos forçados (ou não: apenas alienados)
Que assobiam em telas de última geração
Quem entende a lógica desta analogia analógica?