a vida é uma estrada cheia de pedras
Minha vida sempre foi meio sem cor, sem amor, sem muitos toques...eu sabia que faltava alguma coisa...sim, carinho.
Vou te explicar como tudo começou(nossa, que maneira clichê de iniciar uma história não acha?) Eu sempre fui sozinha, não tive muitos amigos...era eu e minha vó numa pequena casa, meus pais se sabe lá onde foram parar, eu antes ainda tinha esperança em vê-los...hoje em dia, eu pouco me importo sabe? É como se uma parte de mim faltasse, como se eu não fosse verdadeiramente completa, reconheci que nos dias de hoje sou uma pessoa fria...tem horas que eu penso “será que menina que eu era, teria orgulho da mulher que sou hoje?” eu não tenho certeza, mas eu me conheço melhor que qualquer um, e sempre fui mais madura que muitos adultos, mas sensata do que muitos anciões, então levando em conta tudo isso, acho que sim. Não pense que quero me mostrar, ou me destacar, muito pelo contrário, eu quero que você me entenda. Entenda meus motivos. Minha vida, e o que me levou a escrever este “livro”.
Vou começar por meu nascimento...era uma noite fria e chuvosa, por volta das 05:00 da manhã, minha mãe deu a luz á mm, uma criança saudável , mas pelo que me disseram meu parto não foi dos mais fáceis...soube que ela ia me abortar, mas não teve coragem pois seus pais a ameaçaram de botá-la para fora de casa, e então, cá estamos agora. Depois disso, meus pais sumiram, ficaram minha vida inteira longe...depositando dinheiro na conta de minha avó, ou melhor, minha mãe, sempre me perguntava como ela nos sustentava, ela dizia “não se preocupe, a mamãe sabe administrar tudo”, na maior idade eu compreendi que mesmo que eu não pudesse vê-los, meus pais sempre estavam presentes, na minha primeira competição de karatê aos 9, na minha primeira apresentação de balé aos 11, no meu aniversário de 15...no meu casamento aos 22...confesso que fiquei emocionada enquanto escrevia,,, sempre achei que ambos fossem irresponsáveis, que não me queriam então me jogaram nas mãos de qualquer um, mas na verdade eles tinham medo, acho que o mesmo medo que o meu...que era de conhecê-los e eles me tratarem com indiferença...como dizia o grande renato "você culpa seus pais por tudo, isso é um absurdo, são crianças como você, e o que você vai ser quando você crescer..." foi uma das frases mais belas que já ouvi.
Não fui uma criança problemática, muito pelo contrario, era excepcional, uma das mais inteligentes da turma, e isso me causou problemas...não era popular entre os garotos ou entre as garotas, mas alegrava minha presença em todos os professores, claro, menos os de educação física, não tinha um porte atlético cobiçado por todos, sempre era aqueles quilinhos a mais... mas isso nunca prejudicou em nada na minha vida...meu primeiro beijo foi aos 18 anos com um veterano da minha faculdade, no qual estou casada até hoje
Acho que a melhor coisa na minha vida, foi a faculdade de história, eu viajei muito com meu marido, até ele falecer...eu tinha 26 anos e ele 30, e eu estava grávida de gêmeos, e foi outro período de provações...eu me pergunto pra quê tudo isso...Mas seja lá porque, ainda assim vou cuidar e ser a mãe e o pai que eu nunca tive para eles...vocês já podem imaginar que essa história não será das mais felizes, mas espero que leiam até o fim.
Atenciosamente, Paola Mitsunaga.
P.S: partes dessa história são coisas que realmente aconteceram na minha vida, mas esta personagem é inspirada em mim, então, relaxem minha vida não foi assim tão sofrida. E além do mais, só tenho 18 anos pra fazer uma auto-biografia, tenho que fazer mais besteiras, para assim então poder fazer hehe. E não fiquem apreensivos, essa história ainda terá um final feliz. Ou não.
(fiquem na dúvida)