Não é Água com Açúcar

O que me mantém grudada ao chão?

Maldita gravidade!

Eu sempre tola: achei que tivesse asas.

Pensei que tivesse controle, mas o coração pulsa porque quer.

Meus pulmões não são meus, não posso prender o ar.

Eu nunca fui minha.

Eu nunca pude voar.

E se eu tivesse pulado?

A Gravidade me levaria pro mundo real.

Olhando da janela, o tal mundo nem parece tão mal.

Ninguém me avisou sobre como é ser engolido pelo egoísmo. Dos outros. E do meu próprio.

Eu achei que eu poderia sair do escuro, mas apertei a vela com tanta força que ela me queimou e apagou!

Ver a Lua é sorte

Quantas vezes o vidro pode ser colado?

Ou melhor, há esperanças pra quem está quebrado?

Eu sempre me engano: eu achei que eu fosse um diamante, mas sou vidro.

Eu cai, porque não tinha asas.

Me estilhacei porque eu sou de vidro.

Quebrada e sem conserto.

Presa no chão pela gravidade.

Eu não posso ir à lugar algum, porque tenho pés ao invés de asas.

(A Moça Das Rosa)