Soco
Me dilacera por dentro
Espalha meus restos ao vento
Tento
Sufoco
Vidro quebrado
Estilhaçada
Quebrada e sem conserto
Eu tento não me esvair com o vento
Derreto como cera de uma vela
O que me separa do chão é uma tela
Não sei quando suspiro ou respiro
Sem ar
Sem chorar
Seca
Dentro, sou sertao
Não há coração
É só um músculo que pulsa involuntariamente
Eu não pulso
Mas não corto o pulso
MergulhoPerco o fôlego
Não respiro
O músculo de pulsar já não é capaz
Eu vejo a luz
E vejo azul em forma de olhos
A mão estendida
É o trem
O fim
Eu a vi: mãe
Acordo
Foi delírio onírico
Me aperto forte
Ainda dilacera
Mas é a vida real
Nem bem
Nem mal
Ambígua
Sozinha
Calada
Só grito pro nada