passaros

o sol emanava raios intensos incidindo sobre o verde das folhas um aspecto amarelado. Assim , intocado sobre uma oca das folhas amareladas , no qual alumiavam aquele espaço oculto , via-se um pássaro ,esse de estatura comprida porém bastante roliça ,e sua esférica barriga numa desfarçates entre o emaranhado de penas , contraia-se demasiadamente a soar o mais alto e belo do seu cantar. Assim , misticamente a sonoridade o envolvia como um imã atraindo toda a natureza a ver seu espetáculo, e quanto mais alto seu canto , mais a natureza vinha agregar-se .Logo , acanhado ante os rostos admiradores, o pássaro contraiu-se entre a toca de folhas , ali ficando algum tempo.

-"quão belo és o canto deste passarinho"-Disse outro pássaro quase Sussurrando próximo à toca - "nunca vi tão belo antes".-ditava olhando com ar de admiração ante a toca.

O pássaro emergiu um filete de prosa -"sim obrigado"- e logo repôs-se na toca

-hora , vamos meu caro, cante aos que hoje te apreciam , qual motivo de estas ai se provem a ti um dom , um dos mais raros daqui- disse o outro pássaro.

-"desculpe"- novamente expôs só um meneio do bico a falar- "mas não acho que estejam por mim" .

- "como não !"- manifestou-se indignado o outro pássaro-" diga-me , veras outro que cantes por aqui ?? não ! então como não há de vir estes , a tua frente , estarem aqui presente se não por sua causa?".

-"Duvido muito, há vários que por aqui cantam- disse sussurrando o pássaro" .

-"ha , nisto está enganado , a anos que não soa cantos belos por aqui"- disse o outro pássaro-" havia tempo que os pássaros , os que cantarolavam diariamente, não surgem nestas bandas.E aqueles que sobraram tornaram-se mudos".

-"Mudo??-deu-se espantado o pássaro-"como pode um canto torna-se mudo ?"

-"pelo que sei ,daqueles que sobraram, foi devido não a uma canção , mas uma fala , algo que "esmagai..."e de resto não lembro"-

O pássaro logo , agora fora da toca , disse ao outro pássaro, com um ar meio feliz:

-"Cantarei , para as rosas que me observam o neo-rouxinol!! e o som do pardal ao pinheiro aquecido no inverno".

Ouvindo desorientado ,o outro pássaro pôs-se alegremente entre o animais que ali estavam , escutando a fragmentação articulada a cada degrau de nota, que passavam no timbre como águas fluviais nas nuvens do som.Agraciado estava o outro pássaro,captando a exuberância do enrradiante pássaro , que delineado pela insolação luzia alegria .Então, viu ,de subito a musica parar.Olhando ali deposto a todos ,viu o pássaro fechar o olhos, numa postura robusta e impactante , e dizer:

-Tu , pátria amada , aconchega-se entre o seio do engodo , e com um de teus ouvidos abafados , pouco te escutas a verdade, e quando essa lhe chega rusticamente, foges , bebendo do mesmo seio que te aconchegas o leite do opio.Assim esqueces e, pouco vem preocupar-se com teus filhos .Terei eu de cantar à esfolar minha traqueia, terei eu mesmo mudo proclamar um berro em surdina ?não ! quando houves choros em teu berço , preocupa-te se não agasalhar-nos entre o manto de codeína,por isso lhe digo!! que mesmo confusos estejam teus filhos no labirinto anestesiante ao pensar, mesmo que teu colírio seja de metanol ou que nos coqueirais de palmeiras invertidas cante o tico-tico enquanto o sabia coma o fuba , saiba que cantarei , roto cantarei deixando na sua estopa meu paletó ingenuo junto com minha etiqueta e, diante de todos os impasse ainda cantarei , cantarei por mudança , propondo o fim completo da bengala branca.

TVeiga
Enviado por TVeiga em 09/10/2015
Reeditado em 09/10/2015
Código do texto: T5409698
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