O ÚLTIMO HOMEM A VAGAR SOZINHO PELA TERRA PT2(CONTO POÉTICO)
O último homem a vagar sozinho pela Terra
PARTE 2: "Imortal"
Ao acordar com as moscas sobrevoando o seu sangue
O homem se questiona se morreu
Se questiona se o que aconteceu
Foi um pesadelo ou realidade.
Ele não consegue acreditar que é verdade
Até olhar para o buraco no próprio peito.
Não existia mais ali um coração
E sem explicação, a vida ainda lhe pulsava pelas veias.
Aos poucos o homem ia se lembrando daquela cena
Das asas negras, da sua vida refletida em uma foice
E do acordo que fizera.
O homem tentou sorrir, mas não tinha certeza
Se aquilo era realmente que desejava.
Aquele buraco o incomodava
Não era vistoso, não era virtuoso... era macabro.
O homem agora era uma espécie de monstro
Se antes não tinha sentido amor
Agora então que não sentiria mesmo.
E mais uma vez, a fraqueza tomou posse de seu ser...
O homem subiu no prédio mais alto que encontrara
E sem hesitar... Se jogou.
A sensação da queda era gostosa
O frio na barriga, o pavor
E ao chocar-se violentamente com o chão...
Seu corpo todo quebrou.
Segundos após a queda
Recuperando iam os movimentos
Pulsação, pressão pressentimento.
O homem agora era imortal
E não sentia dor... Não física
Mas ao se lembra que nunca mais amaria
O rapaz inutilmente... chorou.