O Teu mundo (conto poético)
Teu mundo
Meus sensos fechados
Ponteiro do relógio parado
O tilintar, o zumbido de uma mosca
Com suas asas tão pesadas (aos nossos ouvidos)
Toquei no portão que guarda o teu mundo
E todo os meus sentidos se misturaram
Sua infância para meu passado
Seu presente sentia meu futuro
Até mesmo tua pele eu usei.
Toquei o solo imaginário do teu peito
Ouvi sua respiração de dentro pra fora
Meus sensos fechados
O ponteiro do relógio parado
Mas os minutos eram incontáveis.
Atravessei os portões do seu mundo
Eu vi muitas partes pela metade
(ou apenas escondidas dos olhos curiosos)
Tua alma me parecia pura, nua, sem nada a esconder
Meu espírito enlouqueceu
Eu entrei e delirei no teu mundo
Nesse mundo que me reconheceu.
Passei pelas lagoas de mágoas
Que estavam escondidas no teu deserto
Fui barrado na porta do teu coração
Algo que brilhava e batia forte.
A noite eu ouvia o canto
O canto do esquecimento algoz
Eu ouvia a tua voz
Mas não consegui decifrar.
Eu atravessei o seu portão
Vi de perto o teu coração
Que me condenou ao esquecimento...
Estou partindo de tuas terras (seu mundo)
Seu interior, seu esconderijo
Antes que eu passe de amigo
Para alguém que tentou lhe invadir.
A fonte de minha loucura foi revitalizada
Bebi da alma de outra poeta...