O Teu mundo (conto poético)

Teu mundo

Meus sensos fechados

Ponteiro do relógio parado

O tilintar, o zumbido de uma mosca

Com suas asas tão pesadas (aos nossos ouvidos)

Toquei no portão que guarda o teu mundo

E todo os meus sentidos se misturaram

Sua infância para meu passado

Seu presente sentia meu futuro

Até mesmo tua pele eu usei.

Toquei o solo imaginário do teu peito

Ouvi sua respiração de dentro pra fora

Meus sensos fechados

O ponteiro do relógio parado

Mas os minutos eram incontáveis.

Atravessei os portões do seu mundo

Eu vi muitas partes pela metade

(ou apenas escondidas dos olhos curiosos)

Tua alma me parecia pura, nua, sem nada a esconder

Meu espírito enlouqueceu

Eu entrei e delirei no teu mundo

Nesse mundo que me reconheceu.

Passei pelas lagoas de mágoas

Que estavam escondidas no teu deserto

Fui barrado na porta do teu coração

Algo que brilhava e batia forte.

A noite eu ouvia o canto

O canto do esquecimento algoz

Eu ouvia a tua voz

Mas não consegui decifrar.

Eu atravessei o seu portão

Vi de perto o teu coração

Que me condenou ao esquecimento...

Estou partindo de tuas terras (seu mundo)

Seu interior, seu esconderijo

Antes que eu passe de amigo

Para alguém que tentou lhe invadir.

A fonte de minha loucura foi revitalizada

Bebi da alma de outra poeta...

Nomor
Enviado por Nomor em 06/10/2015
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