PRIMAVERA INFINITA (Série Diálogo Com) ROBERTA LESSA/MARCUS RIOS
Que sua primavera seja também a minha, mas que se diferencie pois quero-a infinda, mesmo que invernos a esfrie, outonos a vente ou verões a queime.
Desejo imensamente primaveras infindas, se não as cigarreantes e cantantes, pelos menos as que em mim pulsem adentrando profundamente e lá permanecendo até que não mais se finde em simples poesia.
Minha primavera tem frutas floridas, tem chuvas de pétalas, tem vapores de sonhos de amantes que se completam e traduzem... minha primavera é essa mescla de estações que transitam entre si.
Por ser poeta, assim o desejo e assim concebo, e desafiadoramente aos deuses humanos renego tal honraria, deixando-a por fazê-la a concretização de um universo que conspira arquitetonicamente o que mais ouso pedir: que assim o seja.
Por mais que invernos soprem frias solidões, que verões derretam emoções, que outonais os frutos apenas dos outros sejam; quero e espero primaveras eternas em mim...
Assim, abastecida de tais desejos e preces, poderei eu, mesmo que silente, saborear na solidão de minhas falas e escritas, a solidez poética e amorosa de quem também a sente e como eu compactua tal necessidade de primaveras infinitas.
VIAJEI EM SUA PRIMAVERIL POESIA, ASSIM SOU... PEÇO DESCULPAS PELA OUSADIA...