A Criatura ( conto poético)
A criatura
Caminhando entre os porões mal iluminados,
daquelas moradas que vemos só nos momentos mais tensos.
Ela se aproveita para te devorar,
arrancando pouco a pouco o pouco da lucidez que vive em sua mente.
Quando se olhar no espelho, o túnel de todo o questionamento
Tocará em sua própria face
E perceberá que em partes
O teu coração vive dentro do teu peito.
Deitará insatisfeito, sempre com uma parte do copo vazia
E ao fechar os olhos, a criatura lhe incomodará.
Sempre jogando em sua cara encoberta de desculpas
Todas as desculpas e falhas que lhe fez sentir-se assim.
A criatura é muito mais voraz do que qualquer mal externo
Ela vem e floresce no seu interno
E então te destrói.
Medo por vezes vencido
Ela voltará no primeiro momento de fraqueza
_ Acha que me venceu, ou penas desistiu de lutar?
Enquanto todos esses questionamentos não em sua mente,
Mas sim em seu coração viver
A criatura sempre estará,
Por vezes dormindo, por vezes sonhando
Por vezes lhe devorando
E lhe preenchendo com um manto grande de solidão...
A criatura é sua cria, sua obra prima mais destruítiva
Ela é tudo o que um dia quis ter
E por “causas” não conseguiu...