Um verso mau caráter

Um verso antigo,

que ficou preso

e se perdeu nos cantos mais escuros de minha memória,

grita dentro de mim, pra ser solto.

Se faz de vencido e conformado, esperando que eu deixe-lhe a porta aberta,

por desleixo.

Mas não caio em seu artifício.

Não lhe liberto, pois há de me consumir e fazer de mim seu escravo.

Esse verso se veste de paixão. As vezes de amor.

Mas hoje ele tenta me enganar, se fingindo de saudade.

Quer sair de mim, como fazia antes

incendiando meus dedos, roubando-me o sono.

- Não! Sempre lhe digo.

Na esperança que desista

Se nunca tive paz com a poesia apaixonada,

Hei de viver tranquilo,

com minha prosa sem paixão.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 19/09/2015
Código do texto: T5387181
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