ÁGUAS BARRENTAS (gambiarra poética-27)

MARÇO ERA O MÊS,

O ANO NEM SEI,

A HORA ERA ALTA!

E O DIA?

O DIA ERA NOITE,

A NOITE ERA UM BREU!

LÁ FORA O TROVÃO,

VENTAVA E CHOVIA.

E O CHÃO?

O CHÃO A GENTE VIA,

QUANDO O RELÂMPAGO ABRIA,

E LANÇAVA UM CLARÃO!

ERA TEMPESTADE,

A MAMÃE REZAVA,

O PAPAI LUMIAVA,

COM UMA LAMPARINA!

REDE POR REDE!

SUBIA NO SÓTÃO,

CAÇANDO GOTEIRA,

SE O ARROZ MOLHASSE,

DEPOIS DAVA O MOFO,

E O QUE NÓS COMIA?

O DIA AMANHECIA,

A PORTA SE ABRIA,

E O PAPAI CHAMAVA,

VENHAM VER! CRIANÇADA!

NÃO SE ENXERGA NADA!

SÓ ÁGUA BARRENTA,

DESCENDO DAS ANTAS,

E DO CAIARÁ,

ALGUÉM PERGUNTAVA,

ONDE ESSA ÁGUA VAI?

RESPONDIA O PAPAI;

CAI NO JAGUARIBE,

E DESÁGUA NO MAR.

PAULO JEZER
Enviado por PAULO JEZER em 30/07/2015
Código do texto: T5329146
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