No dia “D”
Quando eu partir de vez não quero choro!
Nenhum tributo quero em meu velório.
Ninguém chorando diga que fui santa.
Não quero as vossas rezas de oratório.
Não quero aquela roupa sem formato,
E nem um ritual, tão merencório.
Oh, por favor, não quero vela acesa!
Na ilharga do ataúde, ali queimando.
Nem quero ficar numa sala exposta.
Com gente ao meu redor se lamentando.
Assim, quando eu partir, cremem meu corpo,
Numa fogueira linda crepitando.
Porque não quero vela, eis o motivo:
A luz que a gente busca é a luz do amor;
Que faz a vida ser lindo arrebol,
Mas que também, nos causa, demais, dor.
No campo do amor Eros, da paixão,
Nos faz feliz, demais, no seu candor.
Eu trabalhei, na vida fiz de tudo,
E tive tantos sonhos que nem sei.
Sofri nesta labuta e, foi bastante,
Mas para o amor, jamais, eu me fechei.
Nas portas da ilusão, decepção,
Lá no passado, sonhos, pendurei.
Não digam que sem mim não vão viver!
Oh, meus amados filhos, descendência.
A dor, depois, transforma-se em saudade,
E vai cobrindo os vãos da nossa ausência.
E então tudo o que resta são lembranças,
No ritual da vida, experiência.
E quando a morte, assim, colher meu corpo;
E sufocar-me n’água, escura e funda.
Silenciando o som do meu cantar,
A voz da poesia em mim fecunda.
As minhas cinzas joguem sobre o mar;
Na escuridão da vaga mais profunda.
Edith Lobato -28/07/15
Esta modalidade é uma criação da poetisa Maria de Jesus
Confiram o link abaixo: http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/4918165
Quando eu partir de vez não quero choro!
Nenhum tributo quero em meu velório.
Ninguém chorando diga que fui santa.
Não quero as vossas rezas de oratório.
Não quero aquela roupa sem formato,
E nem um ritual, tão merencório.
Oh, por favor, não quero vela acesa!
Na ilharga do ataúde, ali queimando.
Nem quero ficar numa sala exposta.
Com gente ao meu redor se lamentando.
Assim, quando eu partir, cremem meu corpo,
Numa fogueira linda crepitando.
Porque não quero vela, eis o motivo:
A luz que a gente busca é a luz do amor;
Que faz a vida ser lindo arrebol,
Mas que também, nos causa, demais, dor.
No campo do amor Eros, da paixão,
Nos faz feliz, demais, no seu candor.
Eu trabalhei, na vida fiz de tudo,
E tive tantos sonhos que nem sei.
Sofri nesta labuta e, foi bastante,
Mas para o amor, jamais, eu me fechei.
Nas portas da ilusão, decepção,
Lá no passado, sonhos, pendurei.
Não digam que sem mim não vão viver!
Oh, meus amados filhos, descendência.
A dor, depois, transforma-se em saudade,
E vai cobrindo os vãos da nossa ausência.
E então tudo o que resta são lembranças,
No ritual da vida, experiência.
E quando a morte, assim, colher meu corpo;
E sufocar-me n’água, escura e funda.
Silenciando o som do meu cantar,
A voz da poesia em mim fecunda.
As minhas cinzas joguem sobre o mar;
Na escuridão da vaga mais profunda.
Edith Lobato -28/07/15
Esta modalidade é uma criação da poetisa Maria de Jesus
Confiram o link abaixo: http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/4918165