De volta ao papel

Deixei de despejar meus sentimentos no papel.

Por que?

Não sei.

Quase esqueci que eles existiam,

e quase acreditei que eu era uma pessoa normal,

finalmente.

Mas eu não sou,

normal.

E meus sentimentos precisam ir para algum lugar.

Se não no papel, para onde iriam?

quando todas as pessoas que os entreguei,

me lançaram de volta,

quando eu menos esperava.

O papel nunca me decepcionou

nem o papel, nem o uísque

nem o silêncio absoluto de um quarto escuro.

Na folha, manchada de tinta e de bebida,

meus pensamentos

minhas dores,

e meus amores estão seguros.

Eu posso fazer deles o que quiser,

posso ser o que eu achar melhor,

ou pior.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 25/07/2015
Código do texto: T5322731
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