De volta ao papel
Deixei de despejar meus sentimentos no papel.
Por que?
Não sei.
Quase esqueci que eles existiam,
e quase acreditei que eu era uma pessoa normal,
finalmente.
Mas eu não sou,
normal.
E meus sentimentos precisam ir para algum lugar.
Se não no papel, para onde iriam?
quando todas as pessoas que os entreguei,
me lançaram de volta,
quando eu menos esperava.
O papel nunca me decepcionou
nem o papel, nem o uísque
nem o silêncio absoluto de um quarto escuro.
Na folha, manchada de tinta e de bebida,
meus pensamentos
minhas dores,
e meus amores estão seguros.
Eu posso fazer deles o que quiser,
posso ser o que eu achar melhor,
ou pior.