Dez porcento

O dia dos namorados sempre foi um dia calejado para mim. Com tantas declarações e presentes, supostamente como provas de amor...

e eu, só, como de costume.

Onde estava o amor

eu queria ir

e quando lá chegava, ele já tinha ido embora...

E ficava o dia, vazio,

pior do que eu.

As mulheres... Só me amavam dez porcento.

Só a porcentagem que cabe ao gozo e à bebida.

Eu era como um garçom vivendo de gorjetas... quase sempre insuficientes.

Por isso, eu precisava de várias para ter alguma satisfação.

Mas nesse dia em particular, as gorjetas sempre desapareciam...

Ninguém ama o garçom que lhe serve os prazeres à mesa.

Aí você descobre que 10% é pouco.

Talvez pior que não ter nada.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 13/06/2015
Reeditado em 13/06/2015
Código do texto: T5275474
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