Perda

Quando um jogo começa as regras estão em dados, cartas e pinos. Uns por sorte, outros com estratégia. Vão delimitando o quanto vale cada lance. No tabuleiro colorido ou preto e branco, o acaso é o senhorio de plantão. Contudo, o controle sobre um movimento mínimo nunca e possível. Assim entre a tensão do que já ganhamos ou iremos deixar perdido. Vamos moldando nossas intenções e um jeito peculiar; que é um blefe, artificio não real, mas incrivelmente sólido aos olhos nossos e de outros, que jogando criam armadilhas de sintomas. E o que antes divertia, agora alucina. Os mecanismos das probabilidades restringem tudo. Assim com um peso enorme vamos de jogada em jogada; e quando percebemos estamos ávidos em ganhar. Adversários são implacáveis, astutos e sorrateiros. E aos poucos somos vencidos pelo jogador maior, que sempre é o vencedor, o tempo. De um modo estranho, ganha infinitamente, nossa saída e inverter o espaço em que a disputa acontece. Contar as horas pelo equilíbrio conquistado, sorrir diante das jogadas tolas em que peças valem mais que o apostador. Depositar no agora, a medida exata do amanhã. Porque na roleta do cotidiano, o giro rápido engana os olhos, mas não a imediata razão das nossas escolhas diante da velocidade das fantasias, assim ter na troca satisfação pelo prazer de atuar. Porque o relógio vai além da máquina que criou a engrenagem.