Poesia as 9:30 da manhã

Várias mulheres entraram e saíram da minha vida.

Algumas sumiram sem dizer nada. Outras se foram com um olhar de raiva e rancor nos olhos e umas tantas me fizeram de idiota.

Um bom número delas esteve comigo apenas para passar o tempo, mas tudo bem.

Me perguntava quantas vieram legitimamente pela paixão e não apenas por buscar algum tipo de emoção com um cara estranho como eu.

Queria crer que a mais recente delas, que eu nem sequer havia levado para a cama ainda, não seria como as outras.

Na verdade eu achava que já havia passado do ponto de me importar antes de conhecê-la,

mas envolvido como eu estava,

não tinha como eu não pensar nisso.

Era prazeroso, no entanto, ter alguém no pensamento depois das minhas últimas tragédias amorosas.

Por algum tempo pensei-me incapaz de me envolver de novo.

No fim, estava errado.

Não se têm controle algum sobre essas coisas.

Uma hora você está na merda, com gosto de cinzas de cigarro na boca e olhando para o chão,

e então basta um sorriso e alguns beijos para que você esteja novamente pegando fogo, com a sensação de estar

dirigindo um carro sem freio a duzentos por hora por uma estrada desconhecida.

E digo uma coisa, companheiros.

Se existe alguma sensação melhor do que esta, eu ainda não experimentei.

É difícil fingir que não está acontecendo...

e por enquanto... bem...

eu simplesmente fecho os olhos e sigo,

pelo meio da noite

com o meu corpo em chamas.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 07/04/2015
Reeditado em 10/01/2024
Código do texto: T5197904
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