Foslexis #043/044/046/056: ASSUNTA PRA SER FELIZ / ODE AO PÚBLICO LEITOR / NÃO DESPERDICE ESTA BÊNÇÃO / QUEM PLANTA COLHE, É CERTEZA
Atenção! Duetos simulados entre personagens Nino Cents, Amim Nésius e seu criador Od L'Aremse. Trata-se de um laboratório em criação de personagens.
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QUEM PLANTA COLHE, É CERTEZA (Dueto)
Fosléxis #043: Dueto Monolítico Intercalado
Amim Nésius e Od L'Aremse
Amim
Vejo quanto em mim mudou
em cada fase vivida,
em processo, aprendizado,
Treinamento bem aplicado.
Cada fase de mi'a vida
foi bom, enquanto durou.
Não foi fácil lhe confesso
Mas, como valeu o sucesso!
|Od L'Aremse
|Comigo também foi assim,
|desde a primeira infância,
|fosse qualquer brincadeira
|com olho em mira bem certeira,
|preparo à futura instância…
|Quer pelo não ou pelo sim.
|Na Escola, recreio ou em casa,
|brinquedo, estudo extravasa.
E a gente vai crescendo,
se evolui a aprendizagem,
Desafios concorrendo.
|A vida é uma grande viagem,
|quem se faz bem escolhendo,
|Foge sus da malandragem.
No futuro colher vou
|Do que plantei, como vou!
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NÃO DESPERDICE ESTA BÊNÇÃO
Fosléxis #044: Dueto Monolítico Intercalado
Amim Nésius e Od L'Aremse
Amim
Eu fico assim, resistindo
vou, até não poder mais.
O sono vai pegando,
de mansinho cercando
até os instantes finais...
E eu acesão, persistindo.
Ponta dos dedos dormente,
e eu ali, renitente…
Od L'Aremse
Às últimas consequências,
insisto ali antenado,
escrevendo sem parar.
E o torpor a me encarar,
me quer deixar desligado
Qual máquina… Que incoerência!
Enquanto eu resisto e luto
firme e forte, resoluto.
Descendo vem dopamina
creio que do cerebelo,
a escassear serotonina.
Chega a arrepiar-me os pelos,
medula espinhal se insemina
torpor dos pés aos cabelos.
Se o sono vem, não persista!
Vá logo dormir, não resista!
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Fosléxis #046: ASSUNTA PRA SER FELIZ
Nino Cents
Quanta saudade tenho
dos meus tempos de criança,
do manto da inocência...
Dos porquês, quanta insistência!
De crescer, tinha a esperança...
Cabedal rico detenho.
Não almejei vida vadia,
Coragem, vigor me invadia.
Nascido e crescido na roça,
Aparado por parteira,
Mãe Pinta cortou-me o umbigo,
No curral o enterrou, digo,
Bem no arrimo da porteira,
Pra eu ser rico. Hei! Sem coça!
Meu tempo foi dividido,
Escola, trabalho. Divertido.
Sempre levei tudo a sério,
Escola e também brincadeira,
Roça cuidei sem mistério.
Sem bandalho ou bandalheira,
Do bem, nunca deletério.
Casei, fiz filho em fileira.
Com as bênçãos de D'us (que beleza!),
Felizes, sim, com certeza.
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ODE AO PÚBLICO LEITOR
Foslexis #056
Captei, Mestre, esta verdade,
não valem palavras soltas
vazias, sem ter lirismo,
é como sem fundo, um abismo.
Têm que estar todas envoltas
de paixão com intensidade.
Poesia se nasce na alma
e a esta, alenta e acalma.
Em outras palavras, dizer
algo que quer propagar,
é arte que deve aprender
que é para a atenção prender
para o ledor a divagar,
viajar, só bendizer.
E quanto ao estimado leitor
a interpreta qual um ator.
Quem gosta de ler poesia
e sentir o que ela expressa
vive-a e sente sem estasia.
Só um poeta lê e, sem pressa,
degusta sem acinesia
e sempre relê, recomeça.
Quem vem o lirismo a beber,
é poeta sem saber.