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Me perguntam como eu faço
poesia tão facilmente,
bastando só ter um tema.
Sem ter este, não é dilema,
pois surge frequentemente
do nada, a tomo ou refaço.

O poeta é criador inato,
sensível e de fino trato.

E a música, como se faz?
Não faço, veja meu bem.
Qual loa, tem vida própria.
Dizer que a faz, coisa imprópria!
Como a poesia também,
nem se faz como lhe apraz.

Como um frágil torvelinho,
que nasce de brisas, suave,
passa a girar de mansinho.

Do nada, sai rodopiando,
qual voo de um passarinho,
nasce e se vai só girando.

Tal qual um poema ou poesia,
assim nasce a melodia.
 

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Belíssima interação da Poetisa ANGÉLICA GOUVEA,

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C ria-se na mente
O s dedos digita
M enciona a escrita
O faz, o mesmo com a semente

E vai todos os dias

Q uerendo cada vez mais
U m tema, um olhar
E começa a nascer

S e regar, vai florescer
E tudo aos poucos crescer

F onte de inspiração não falta
A todo poeta que espera
Z arpa com sua poesia

P ara que o leitor colha
O belo fruto em nossa folha
É assim todo o cuidado
S e realmente existe o dom
I mediatamente vem o som
A ssim nada programado
 

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