Sobre Arte e Amor
A vida não imita a arte, mas a arte retrata a vida
Da Vinci renasce na calmaria sublime dos olhos de Mona Lisa e como Rembrandt se faz luz nas trevas, como sua jovem iluminada envolta de ar celestial presente em meio a uma obscura ronda noturna.
Impressionante, assim como o céu claro de Monet, ao nascer do sol que se estende pela tarde para que as senhoritas possam desfrutar no jardim, como as senhoritas de Avgnon, de Picasso, que se deliciaram com frutas frescas como seus corpos nus e escalenos, gozavam suas vidas.
Não tiveram a mesma sorte os pobres comedores de batatas de Van Gogh, que na miséria, lhe restavam apenas fé, batatas e alguns goles de café. Agonizantes, vemos nos detalhes o grito interno de angustia retratado por Munch, disforme pela fome de consumo da jovem burguesia, já consumindo pessoas.
Dali viu de forma surreal o tempo tornar-se liquidas gotas cifradas de suor que escorriam da testa dos pobres e em persistência da memória, nem mesmo os relógios suportaram a velocidade da maquinaria de seus ponteiros e derreteram.
Hoje a velocidade é ainda maior e a arte se faz de gritos e "Britos" atendendo a produção e legitimando a reprodução, com minima atenção aos detalhes artísticos ou sociais.
Será que como a arte também perdemos nossos detalhes pessoais de forma cronológica? sera que a perda desses detalhes foram vistos como adaptações temporais? sera que um: "Obrigado", "Bom dia", um olhar atencioso, ou até mesmo um; "Eu te amo" passaram como detalhes despercebidos em meio a tanta velocidade?