Tudo é prazer em escrever-te
Tudo é prazer em escrever-te, em desvendar o toque até ser tua, até que entres inteiro em meu corpo de luar sem medo ou respostas, por todas as noites que não te tive e em todos os silêncios que deixastes pelo caminho. E a tinta, molhada, escreve a penumbra do teu espaço aberto em minha pele, pelo olhar perdido no horizonte que desenha nossas coxas nos versos mal acabados de nós. Tudo é prazer e estranho medo em escrever-te amor, como se estivestes sempre a desvendar-me e eu a morrer-me em ti, como se fostes o sempre e o passado, como se meu corpo florisse de tuas mãos em volúpia de beijos. Tudo é ser em escrever-te amor, são oceanos que erguem paisagens e fincam bandeiras na terra prometida. Tudo é prazer em escrever-te.