Museu de tendencências

Na esquina do bairro vazio, existia um bar também vazio.

Os homens e mulheres daqui, não tendem a esse tipo de hábito, porém a jovem moderna estava lá naquele noite a espera do amigo Valdo.

Valdo era taxista e não abandonara seu posto um só dia, só o fez nessa data, para satisfazer a vontade da moça que insistiu em sua presença.

Os dois se cumprimentam e Valdo, um homem certamente experiente, apontou ao garçom da bodega, fazendo sinal de dois. A jovem com olhar tenso, diz ao moço.

_Preciso falar-te algo muito sério.(brincando com a bolacha de chope, que o garçom deixou na mesa).

_Pode falar, o que aflige você? (Acariciando o cabelo da moça).

O garçom chega com dois copos de chopes devidamente postos de na bandeja. Os põe na mesa.

_Eu te amo (tremula).

_Eu também te amo. (Convicto)

_Não assim dessa forma. Te amo como uma mulher ama outro homem.

Um silêncio constrangedor.

_Me desculpe, esse silêncio realmente já disse tudo (Disse ela).

Valdo acaricia as mãos da moça que aparentemente está comovida. A maquiagem já desponta o primeiro borrão, e Valdo muito sem graça bebe o chope num gole só, e friamente e sem graça olha para a moça e diz:

_Me desculpe, não confunda as coisas... (Valdo é interrompido, delicadamente, pela voz da jovem).

_Garçom, por favor, "desce" outro chope. O meu esquentou.

Rodolffo Lima
Enviado por Rodolffo Lima em 12/01/2015
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