Museu de tendencências
Na esquina do bairro vazio, existia um bar também vazio.
Os homens e mulheres daqui, não tendem a esse tipo de hábito, porém a jovem moderna estava lá naquele noite a espera do amigo Valdo.
Valdo era taxista e não abandonara seu posto um só dia, só o fez nessa data, para satisfazer a vontade da moça que insistiu em sua presença.
Os dois se cumprimentam e Valdo, um homem certamente experiente, apontou ao garçom da bodega, fazendo sinal de dois. A jovem com olhar tenso, diz ao moço.
_Preciso falar-te algo muito sério.(brincando com a bolacha de chope, que o garçom deixou na mesa).
_Pode falar, o que aflige você? (Acariciando o cabelo da moça).
O garçom chega com dois copos de chopes devidamente postos de na bandeja. Os põe na mesa.
_Eu te amo (tremula).
_Eu também te amo. (Convicto)
_Não assim dessa forma. Te amo como uma mulher ama outro homem.
Um silêncio constrangedor.
_Me desculpe, esse silêncio realmente já disse tudo (Disse ela).
Valdo acaricia as mãos da moça que aparentemente está comovida. A maquiagem já desponta o primeiro borrão, e Valdo muito sem graça bebe o chope num gole só, e friamente e sem graça olha para a moça e diz:
_Me desculpe, não confunda as coisas... (Valdo é interrompido, delicadamente, pela voz da jovem).
_Garçom, por favor, "desce" outro chope. O meu esquentou.