De grão em grão [68]

"A pessoa que mais sofreu é a que

tem mais direito de ser feliz."

(Daisaku Ikeda)

"A felicidade é um dom que deve ser

simplesmente gozado. Ela se basta.

Mas ela não cria. Não produz pérolas.

São os que sofrem que produzem beleza,

para parar de sofrer. Esses são os artistas."

(Rubem Alves)

De todas as lições que aprendi com o mestre Rubem Alves, a que mais me marcou foi: “ostra feliz não faz pérola”. Um precioso aforismo, título de uma de suas inúmeras obras.

Quando um grão de areia, áspero e pontudo, entra na ostra, dói-lhe. Para livrar-se desta dor, a ostra produz uma substância lisa, brilhante, redonda. Mas isto não acontece da noite para o dia; custa-lhe muito sofrimento transformar a dor em pérola. E não são todas as ostras que produzem pérolas, apenas as que têm esse privilégio de sofrer.

É exatamente assim que vejo o mundo. Quem fica só desfrutando tudo que a vida pode oferecer está apenas colhendo. Pode ser que é justamente porque plantou antes. Então por este motivo, não acho errado desfrutar. O que não concordo é de quererem só desfrutar e na hora crucial “dar um jeitinho”.

Quem fica só curtindo as alegrias não produz nada de útil, não constrói, não cresce, não se desenvolve. É a ostra feliz.

Não estou dizendo que tudo que é bom necessariamente precisa estar acompanhado de sofrimento. É sim possível construir e crescer tranquilamente, sem dor. E o resultado será equivalente.

Por outro lado, um empenho árduo acaba gerando desconforto. Dá mais trabalho se dedicar do que descansar. Exige mais o fazer do que o não fazer nada. Porém, os frutos são garantidos.

Tenho absoluta certeza de que todo esforço gera resultado. Então o momento da felicidade é uma questão de escolha: ser feliz agora e só agora ou dar o máximo de si neste momento para saborear sempre um futuro de felicidade.

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 29/12/2014
Código do texto: T5084617
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